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Rick Wakeman se apresenta em Curitiba, na Ópera de Arame, em show de sua turnê de despedida (Foto: Clóvis Roman/ Acesso Music)

Um dos mais importantes nomes do rock progressivo, Rick Wakeman se despediu na noite desta segunda-feira (15 de abril) de Curitiba, naquele que pode ter sido também o seu último show na América do Sul. Antes da capital paranaense, o artista passou com sua turnê de despedida por outras três cidades brasileiras (Porto Alegre, São Paulo e Brasília), além de ter se apresentado em Santiago (no Chile) e em Buenos Aires (na Argentina). Agora, só voltará a se apresentar a partir de novembro, quando percorrerá a Inglaterra com sua “Final Solo Tour”.

Numa Ópera de Arame quase lotada, o artista britânico, acompanhado apenas por um teclado e um piano no palco (nos quais tocou alternadamente), fez uma viagem que foi de Marte ao centro da Terra, passando por clássicos de sua carreira solo, recordando a parceria com o “camaleão do rock” David Bowie, a sua trajetória com o Yes e ainda homenageando os Beatles – em especial John Lennon, a quem fez menção direta antes de tocar versões ousadas de Help! e Eleanor Rigby.

A noite com “O Mago dos Teclados” teve início pouco depois de 21 horas, quando o músico subiu ao palco sozinho e sem as capas brilhantes que já foram sua marca registrada. Com o andar lento – um sinal dos tempos, já que Wakeman está prestes a completar 75 anos de idade -, mostrou ainda ter os dedos velozes e precisos para fazer o teclado e o piano cantarem ao longo de uma hora e meia, aproximadamente.

A jornada começou com Jane Seymor e Catherine Howard, peças de The Six Wives of Henry VIII (1973), disco em que Wakeman interpreta a história das seis esposas do monarca inglês que fundou a Igreja Anglicana. Aplaudido entusiasmadamente, agradeceu o carinho dos fãs e pediu desculpas por falar pouco em português. “Só conheço Pelé e Rivellino em português”, brincou ele.

Em seguida, foi a vez de homenagear David Bowie, com quem Wakeman trabalhou entre o final dos anos 1960 e começo dos anos 1970, com apresentações dos clássicos Space Oddity e Life On Mars?. “Há parcerias que fiz e adorei o resultado, outras que fiz e acabei odiando – provavelmente por culpa da minha maneira de tocar mesmo”, comentou em tom irônico o artista. “Mas um dos artistas com quem eu mais gostei de trabalhar foi David Bowie”, destacou ainda o britânico.

Depois, foi vez de passar pelo marcante álbum “The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table” (1975) com um medley e também recordar sua trajetória com o Yes com uma aclamada “Yessoonata”, feita especialmente para a turnê de despedida e que reuniu trechos de 30 canções de uma das bandas que compõem a “Santíssima Trindade” do prog rock.

Com o espetáculo já se encaminhando para o fim, uma homenagem a John Lennon e os Beatles com versões especiais de “Help!” e “Eleanor Rigby”.

Até que Wakeman deixou o palco sob fortes aplausos, para voltar e fazer o tradicional bis com trechos do álbum “Journey to the Centre of the Earth”, encerrando então a viagem da noite.