O Governo Federal celebrou o Dia Internacional da Mulher com o lançamento no dia 7 de março, no Rio de Janeiro, do Plano de Enfrentamento da Feminização da Aids e outras DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), juntamente com a Campanha de Prevenção das DST/AIDS nos Jogos Pan-americanos Rio 2007. No evento, que contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foram homenageadas atletas, paratletas brasileiras e mulheres que se destacaram na luta contra a aids.

 

A cada ano, nesta data, o Governo Federal através da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, lança uma iniciativa dirigida especialmente às mulheres e as homenageia elegendo um segmento representando a luta de todas as brasileiras. Este ano foram as atletas e as mulheres que atuam nas comunidades na luta contra a aids. Estiveram presentes no evento desde atletas da atualidade até nomes históricos do esporte olímpico brasileiro como Maria Lenk.

 

Ao lançar o Plano de Enfrentamento da Feminização da Epidemia das DST e Aids, o Governo Federal quer sensibilizar a população para o fato da epidemia de Aids ter mudado o seu perfil, concentrando-se também entre as mulheres. O plano é uma resposta ao crescimento de 44% na infecção por HIV entre mulheres no período de 1995 a 2005. O objetivo é reduzir as vulnerabilidades das mulheres em relação ao HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

 

Algumas metas do Plano:

·        Dobrar o percentual de mulheres que realizaram testes anti-HIV (de 35% para 70%);

·        Redução da transmissão vertical do HIV (da mãe para o bebê) de 4% para menos de 1% até 2008.

·        Aumentar a aquisição de preservativos femininos de 4 milhões em 2007 para 10 milhões em 2008.

·        Eliminar a sífilis congênita.

·        Investir em pesquisas sobre a epidemia.

 

A Campanha de Prevenção das DST/Aids no PAN e PARAPAN vai envolver os atletas na luta contra a aids com o objetivo de conscientizar a população para a importância de uma vida saudável e de uma maior auto-estima para a diminuição de algumas das vulnerabilidades associadas à transmissão do vírus da aids e de outras doenças.

 

No início dos jogos, cada atleta e participantes em geral receberão um kit com preservativos, camisetas e informações sobre prevenção. A campanha terá o slogan “Vista-se nos jogos” e se estenderá até agosto, quando se encerra o PARAPAN. Outra estratégia será a realização de atividades de prevenção na Vila Olímpica.

 

A campanha e o plano são resultado de uma ampla parceria articulada entre a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), o Ministério do Esporte, Ministério da Saúde, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Mulher (UNIFEM), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), além de contar com o apoio da Caixa Econômica Federal (CEF), do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), do Comitê Paraolímpico Brasileiro, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura do Rio de Janeiro.

 

Desigualdade de gênero: um fator determinante na feminização da aids

 

A Sessão Especial sobre HIV/AIDS das Nações Unidas, realizada em Nova York, em junho de 2006, reconheceu que a epidemia da aids no mundo hoje tem um perfil heterossexual e sua incidência é muito mais acelerada entre mulheres, fenômeno que ganhou o nome de feminização da aids. No mundo todo, as mulheres já representam 50% da população infectada e no continente africano, já são maioria, com 60%. A ONU aponta a desigualdade de gênero e todas as formas de violência contra as mulheres como fatores determinantes para o crescimento da vulnerabilidade feminina à doença.

 

Quando a aids surgiu no Brasil na década de 1980, chegou-se a ter apenas um caso de aids em mulheres para cada 26,5 em homens. Com o passar dos anos, a proporção foi caindo e hoje está em 1,5 caso em homens para 1 em mulher, segundo dados do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde.

 

Alguns fatores que contribuem para a vulnerabilidade das mulheres à epidemia de aids:

 

·        A desigualdade nas relações de poder entre homens e mulheres;

·        O menor poder de negociação das mulheres, quanto ao uso de preservativo e nas decisões que envolvem a sua vida sexual e reprodutiva;

·        A violência doméstica e sexual contra mulheres e meninas;

·        A discriminação e o preconceito relacionados à raça, etnia e orientação sexual.

·        Falta de percepção das mulheres sobre o risco de se infectar pelo HIV.