Dos
180 fiscais do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), apenas 13 são
mulheres. Neste Dia da Mulher, lembrado nesta quinta-feira (08), o
Instituto faz uma homenagem a estas profissionais que usam o sexto
sentido feminino para cuidar do meio ambiente paranaense. Com a
palavra, as fiscais do IAP falando sobre desafios e benefícios de ser
mulher em um ambiente onde os homens predominam.

A chefe do
escritório regional do IAP em União da Vitória, Beatriz Woehl, formada
há 20 anos em Engenharia Florestal, destacou as mudanças no ambiente de
trabalho desde que começou a atuar. “Quando comecei minha carreira, eu
era a única mulher entre vários técnicos. Mas neste período percebi que
nós, mulheres, estamos cada vez mais conquistando novas posições no
mercado de trabalho e ganhando respeito devido as nossas decisões”,
comentou Beatriz.

Uma característica favorável às mulheres,
apontada pela chefe do escritório de União da Vitória, é a
determinação. “A mulher é mais teimosa e não se intimida muito fácil.
Muitas pessoas até tentam provocar, mas a gente consegue, com a postura
inerente da mulher, sustentar nossas decisões”, disse Beatriz.

A
fiscal do escritório regional do IAP no Litoral, Josiane Bittencourt da
Conceição, lembrou das dificuldades de ser mulher na hora da
fiscalização. “Não é fácil, principalmente quando o trabalho é de
madrugada. No ano retrasado foi um sacrifício achar companheiro para a
fiscalização, foram poucos os heróis que aceitaram. Tem a desconfiança
da esposa, o que o povo vai falar. Muitos não querem criar polêmica”,
disse Josiane.

Em compensação, a fiscal que atua nos municípios
litorâneos disse que sempre recebe elogios por sua forma de abordagem.
“A mulher, por ser mais comunicativa, tem mais sensibilidade na hora da
fiscalização. Quer argumentar, explicar como pode ser feito diferente.
O homem já é mais objetivo”, comentou.

“Mas no geral é muito bom
trabalhar com homens. Eles nos tratam com mais gentileza, se preocupam.
E o que é muito importante, reconhecem nosso trabalho”, destacou.

Para a chefe do escritório regional do IAP em Cascavel, Marlise da
Cruz, as mulheres também são mais corajosas. “Certa vez, quando tomei
uma decisão muito importante, notei que os meus colegas me olharam
indignados, pensando ‘será que ela fez a coisa certa?’. Mais tarde eles
viram que eu tinha agido corretamente. Acho que as mulheres têm mais
atitude e agem com mais rapidez e não demonstram medo mesmo em situação
de risco”, analisou.

Ela acrescentou que, nestas horas, o sexto
sentido fala mais alto. “A intuição é fundamental. A mulher sente
quando alguma coisa não está certa, quando tem alguma irregularidade.
Isso ajuda muito na hora da fiscalização” disse Marlise.

Segundo
a chefe do escritório regional de Cascavel, hoje em dia a mulher está
tão preparada para atuar em fiscalizações quanto o homem. “Nunca tive
problemas ou dificuldades. A verdade é que quando a pessoa está
tecnicamente preparada é vista com respeito, seja homem ou mulher”,
afirmou.