E Henriue Meirelles, um dos candidatos mais mal avaliados nas sondagens (fica atrás até mesmo de Fernando Collor de Mello), sabe disso. Por isso, fará uma aposta de risco para conseguir apoio e ser oficializado como candidato do MDB à Presidência da República: ele utilizará em sua campanha o nome e a imagem de Lula.

A ideia, que começou a ser desenhada na última quinta-feira, após pesquisas indicarem que ele somaria apenas 1% das intenções de voto, é de que a "herança" do governo Lula seja explorada, com 0 ex-ministro da Fazenda do impopularíssimo Michel Temer destacando sua atuação como presidente do Banco Central ao longo dos dois mandados do petista, entre 2003 e 2010.

A avaliação da equipe de Meireller é que a defesa do legado de Temer – estratégia adotada até então – é um "fardo" difícil de carregar, o que faz a vinculação com Lula ser vista como um trunfo.

Outra medida que o candidato deve adotar é o ataque aos adversários, principalmente Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT). Na sexta à noite, em reunião com empresários do Distrito Federal, já criticou a proposta dos dois de acabar com o teto de gastos públicos. 

Assim, a ideia é fortalecer a imagem de Meirelles como ex-chefe da equipe econômica de Lula, tentando apresentá-lo como um homem preparado para tirar o Brasil da crise – tanto a econômica como a política, já que seria um homem "acima de ideologias e partidos".

O grande problema, contudo, pode ser convencer a diretoria de seu próprio partido a aceitar a mudança de rumo, uma vez que Temer, reprovado por 79% dos eleitores, ainda não  teria liberado Meirelles da missão de defender seu "legado" – se é que alguém sabe o que isso significa.

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