BarãoVermelho
Maurício Barros, Rodrigo Suricato, Guto Goffi e Fernando Magalhães: o Barão Vermelho (Divulgação)

Com os seus tradicionais solos de guitarra e hits que estão gravados na memória de várias gerações, o Barão Vermelho promete um show histórico para Curitiba, embalando os fãs com os sucessos que marcaram a sua trajetória.
O show acontece no Teatro Positivo, dia 13 de abril, sábado, às 21 horas, e marca o encerramento da turnê comemorativa dos 40 anos do Barão Vermelho. Com realização da Dumas Produções, os ingressos estão à venda pela Disk Ingressos. Há sete anos o quarteto é composto por Rodrigo Suricato (guitarra, violão e voz), Fernando Magalhães (guitarra e violão) e dois de seus fundadores: Guto Goffi (bateria) e Maurício Barros (teclados e vocais).
Em entrevista ao ‘Bem Paraná’, Maurício conta os motivos que levaram a banda a chegar aos 40 anos de estrada, além das primeiras passagens por Curitiba, que marcaram história. Confira a entrevista na íntegra aqui.
Bem Paraná — Bom, 40 anos de banda definitivamente não é pouca coisa, então, o que vocês estavam pensando quando começaram a planejar a turnê?
Maurício Barros, pianista do Barão Vermelho —
De fato, não é fácil você ter uma carreira de 40 anos. Você pode imaginar todas as complexidades e mudanças que o mundo passou, e passou por muitas (risos), assim como o próprio Barão Vermelho. Tivemos dois cantores diferentes, que não são dois cantores quaisquer, né? O Cazuza e o Frejat, duas pessoas importantes para a música brasileira e, agora, já estamos há sete anos com o Rodrigo Suricato, correndo pelo Brasil inteiro. Há um ano e meio ou dois anos, quando completamos 40 anos de banda, resolvemos fazer essa comemoração para celebrar. Agora, estendemos um pouquinho nesses últimos meses e nos primeiros meses deste ano, para levar a turma em alguns lugares que não tínhamos ido. A ideia era celebrar os 40 anos do grupo. Lançamos, inclusive, um disco acústico e um disco elétrico com essa formação, tocando várias músicas do repertório do grupo. A ideia é elevar esse repertório para o show e o pessoal poder curtir a nossa obra.
BP — Ao que você atribui a longevidade do Barão Vermelho?
Maurício —
Eu começaria com as letras: a relevância, o conteúdo e a qualidade do texto do Barão é muito em função, inicialmente, da presença do nosso mentor, guru e produtor Ezequiel Neves, que muito cobrava isso, mas, principalmente, pelo Cazuza, um poeta super talentoso. Uma pena que não temos ele comentando o nosso Brasil e o mundo de hoje em dia. Acredito que a longevidade vem disso, somada à nossa persistência e perseverança, porque tivemos momentos mais difíceis ao longo desses 42 anos. A saída do Cazuza não foi fácil pra gente também. Tivemos que nos provar, mas não tínhamos a menor dúvida da nossa relevância.
BP — E vocês percebem novas gerações chegando até vocês, curtindo os hits tanto quanto quem os escutou na época?
Maurício —
Percebemos, claramente. Por exemplo, fizemos um festival em Aracaju, na semana passada, que também tinha o Marcelo Falcão, do Rappa, e no The Town, ano passado, tivemos a participação de Samuel Rosa e foi maravilhoso. No The Town era um público super diverso, a maioria garotada, com perfil mais jovem mesmo. Algo que até me surpreendeu, porque o nosso público cantar “O Barão voltou” não é uma surpresa, mas é algo que nos emocionou de verdade, porque não esperávamos aquilo naquele momento no The Town.
BP — Sobre o repertório, quais foram os critérios para a seleção das músicas? Foi difícil escolher no meio de tantas possibilidades? O que não podia ficar de fora?
Maurício —
É difícil, sim, porque nós queremos, às vezes, botar uma música num momento que nós estamos particularmente vivendo, ou porque é uma música que estamos querendo tocar há um tempão. Só que, na verdade, sendo bem honesto, você não pode assistir o show do Barão Vermelho sem ouvir o Pro Dia Nascer Ser Feliz, Bete Balanço, Por Que a Gente é Assim?, Maior Abandonado, Puro Êxtase, Por Você, ou seja, são músicas que, evidentemente, estarão no repertório. Nós brincamos também, colocamos um blues aqui, uma balada ali, mas as que são um grande sucesso não temos como tirar, porque as pessoas, no fundo, vão sentir falta. Nós tentamos contemplar todos os fãs, mas é difícil. Temos uma estrutura montada de músicas que não podem ficar de fora e vamos trabalhando as outras que são negociáveis no repertório.
BP — O show também marca o encerramento da turnê. Para você, como tem sido a experiência até o momento? Como tem sido a recepção e a reação dos fãs?
Maurício —
Tivemos momentos maravilhosos, como o The Town, entre vários outros, mas estamos bem satisfeitos, porque em seis meses iremos lançar um outro material com músicas novas, que nem nós sabemos ainda quais são. Eu compus um material, o Suricato compôs outro, o Guto compôs outro e o Fernando também, e combinamos que vamos nos reunir e compor todos juntos. Então, estamos bem animados e, certamente, será um resultado plural e com um trabalho coletivo muito forte.
BP — Você se lembra das primeiras vezes que passou por Curitiba? Qual é a sua impressão da cidade e dos fãs curitibanos?
Maurício —
Nós temos muitos amigos em Curitiba. É uma cidade super bonita e que eu gosto muito, particularmente. Eu estava comentando outro dia, que eu me lembro quando tocávamos no Aeroanta, nos anos 1990. Nós entrávamos no palco às duas da manhã e saía perto das três ou quatro da manhã e ainda íamos pra rua 24 horas, que estava aberta na época. Uma vez, saímos de lá de manhã, perto das 10 da manhã e estava um frio. Lembro que estava frio, chovendo e aí eu encontrei com umas amigas e uns amigos — fãs, na verdade — que me levaram a um lugar perto do Centro, que tinha um monte de gente matando aula, jogando sinuca e bebendo cerveja (risos). As primeiras vezes que eu fui para Curitiba, com o Cazuza, claro, nós fizemos um show, que eu não sei se foi exatamente o primeiro, mas, certamente, foi um dos primeiríssimos que fizemos na cidade: era Barão Vermelho e Tim Maia. O Cazuza e o Tim Maia foram bebendo desde de manhã daqui do Rio de Janeiro, porque os dois tinham medo de avião. Os dois foram bebendo conhaque, chegaram loucos e foram dormir. Era meio-dia e estava todo mundo dormindo. Nós estávamos torcendo para eles acordarem, porque o Cazuza nem sabia como andar. O Tim Maia acordou e cantou, mas tinha aquela fama de nem sempre participar. Foi a primeira vez que tocamos em Curitiba e foi muito bacana. É uma cidade que temos muito carinho.
BP — Quais são as expectativas e o que os fãs curitibanos podem esperar desse show?
Maurício —
Podem esperar uma banda que está feliz de estar no palco, porque o Barão ficou parado um tempo em função de carreiras solos e, agora, sentimos esse prazer de poder estar perto do nosso público, tocando essas músicas que ficaram tanto tempo sem serem tocadas. Então, para nós, é uma alegria e poder olhar pro lado, ver os amigos, trabalhando com a gente, discutindo com a gente, fazendo o que nós gostamos, com aquela ideia que eu e o Guto tivemos lá atrás. Quem for nos assistir vai ver uma banda muito feliz de estar no palco, celebrando o encerramento da turnê, mas já mirando algo novo. Logo, teremos material novo em folha pra mostrar. Os velhinhos estão animados!

Serviço
Barão Vermelho 40 Anos em Curitiba
Quando: 13 de abril de 2024 (sábado).
Onde: Teatro Positivo (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300).
Horário: abertura do teatro às 20 horas e início do show às 21 horas.
Quanto: ingressos a partir de R$ 90,00 a meia-entrada + taxa administrativa.
Vendas: https://www.diskingressos.com.br/event/6343