Cercada de expectativas antes do início da Copa do Mundo, a Dinamarca é a segunda seleção europeia eliminada na fase de grupos deste Mundial – a primeira havia sido o País de Gales. Semifinalista na última Eurocopa, o time dinamarquês deixa a Copa do Mundo após a derrota por 1 a 0 para a Austrália com apenas um ponto somado e um gol marcado em três jogos, além de terminar na lanterna do Grupo D, composto por França, Austrália e Tunísia.

Antes do início do Mundial, a seleção era uma das cotadas a rivalizar com a França, atual campeã mundial e repleta de lesões no elenco, em sua chave. Segundo estudo da Universidade de Oxford, a Dinamarca era favorita para se classificar ao lado dos franceses às oitavas de final, enfrentando a Argentina na sequência. Esta mesma análise colocou a seleção brasileira como campeã mundial.

Para o Catar, a Dinamarca contava com o retorno de Eriksen, recuperado de um ataque cardíaco no primeiro jogo da Eurocopa disputada no ano passado. Meio-campista do Manchester United, ele joga com um marca-passo em seu coração desde então e pouco conseguiu ajudar a equipe com a criação das jogadas.

Em todos os jogos nesta fase de grupos, contra Tunísia, França e Austrália, a Dinamarca teve mais posse de bola (62%, 52% e 69%, respectivamente), mas não conseguiu reverter esse domínio em criação de jogadas de perigo.

O único gol da seleção, marcado por Christensen, saiu em uma jogada parada, fato que reflete a dificuldade da seleção em reverter sua posse de bola em grandes chances. Contra a Tunísia, na estreia, teve um gol anulado, mas nada além disso. Ao todo, foram 10 finalizações a gol – uma média de pouco mais de três por jogo.

Nesta quarta-feira, precisava apenas de uma vitória simples sobre a Austrália para se garantir nas oitavas pelo segundo Mundial consecutivo. A derrota, por sua vez, encerra a participação dinamarquesa com a pior campanha de uma seleção europeia ao lado do País de Gales, com apenas um ponto.

DINAMARCA NOS ÚLTIMOS ANOS
As altas expectativas criadas sobre a Dinamarca eram consequência do desempenho da equipe nos últimos anos. Nas Eliminatórias, se classificou com facilidade em um grupo composto por Escócia, Israel, Áustria, Ilhas Faroé e Moldávia. Foram nove vitórias em dez jogos e classificação antecipada para o Catar.

Para a Copa, a seleção dinamarquesa chegou no embalo de duas vitórias sobre a França, atual campeã mundial, somente neste ano. Ambos os triunfos foram conquistados na Liga das Nações da Uefa.

Além dos resultados da seleção, o elenco dinamarquês tem jogadores nas principais ligas do mundo. Hojbjerg, Schmeichel, Christensen, Kjaer e Eriksen são os principais nomes liderados por Kasper Hjulmand. Com passagens por clubes modestos da Dinamarca, o treinador foi escolhido em 2019 para liderar a equipe no ciclo para a Copa do Mundo.

O primeiro grande desafio, na Eurocopa, trouxe expectativas para a seleção no Catar. Após uma fase de grupos medíocre, com a classificação na última rodada com goleada de 4 a 1 sobre a Rússia, a Dinamarca conquistou uma sequência de duas vitórias, contra País de Gales e República Checa para chegar às semifinais – seu melhor resultado desde 1992. Contra a Inglaterra, em Wembley, a derrota na prorrogação dava expectativas para o ano seguinte, na Copa, que não foram respondidas.

Eriksen e Schmeichel, dois dos principais nomes, terão 34 e 40 anos, respectivamente, em 2026, ano da Copa que será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México. Assim como seu antecessor, Age Hareide, o futuro de Hjulmand no comando da Dinamarca pode ser abreviado após o insucesso no Catar.