
O técnico do Coritiba, Thiago Kosloski, acabou expulso no segundo tempo do jogo contra o Goiás, no último domingo, por reclamar da arbitragem. Nesse momento, ao receber cartão vermelho, torcedores comemoraram a decisão como se fosse um gol. Minutos antes, quando fez substituições e colocou o ponta Lucas Barbosa em campo, o treinador recebeu vaias e xingamentos.
Na entrevista coletiva pós-jogo, Kosloski comentou todas essas situações e o desempenho da equipe. Veja as declarações do treinador:
EXPULSÃO
“O árbitro não teve culpa nenhuma hoje no resultado. Mas ele picota o jogo. Eles têm essa situação de parar o jogo toda hora, cartãozinho pra lá, cartãozinho pra cá. E, quando eu vou jogar fora, é 10, 15 minutos de tempo extra. E aqui no Couto sempre é cinco, sete minutos. Foi isso que eu falei com eles. Em nenhum momento desrespeitei, xinguei, nada. E ele me expulsou. Mas ele picotou o jogo nos últimos 10 minutos”
TORCIDA COMEMORANDO EXPULSÃO DE KOSLOSKI
“Foi uma parte. Um grupinho que tinha ali atrás do gol, ali atrás do banco”
XINGAMENTOS DE ‘BURRO’ PARA O TREINADOR
E aí tinha meia dúzia de torcedores atrás de mim xingando e falando. Enfim, a gente respeita o torcedor, está no direito dele e não tenho problema com relação a isso, não é ser chamado de burro, de inteligente. A vida do treinador é essa. Quando você ganha, você é o melhor. Quando você perde, você é o pior. Não preocupa nada a minha parcela de responsabilidade, é a parcela como todos. Entrei em uma situação muito difícil. Tentei ajudar o clube da melhor maneira possível. Matei no peito muito as situações que o treinador tem que fazer. Tentei fazer com que os jogadores entendessem o mais rápido possível a importância e como é jogar no Coritiba. Só que o campeonato é muito difícil.
PROTESTOS
“Hoje a nossa torcida empurrou a gente, principalmente a geral”
AMBIENTE NO VESTIÁRIO
“Sentimento de muita tristeza. E muita tristeza. Indignação da parte de todos. Lutamos novamente, tentamos de todas as formas. É uma tempestade, uma nuvem negra que está demorando a passar, mas a gente tem certeza que vai passar. O Coritiba vai sair dessa. É logicamente que cada vez mais difícil. A torcida está triste, está braba, está magoada”.
DESEMPENHO DA EQUIPE
“Hoje o jogo não foi tão ruim não. Eu discordo de você. Acho que teve o jogo foi abaixo daquilo que a gente vinha produzindo, mas se você olhar o contexto, o jogo começa com o Goiás, um pouco mais de posse, e o Cortiba um pouco mais recuado. E tem que levar em consideração a situação do desgaste dos jogos. Nós estamos jogando quarta, domingo, quarta, domingo. O jogo estava igual e a primeira chance clara de gol foi do Coritiba, na cara do gol, com 30 minutos de jogo. Ali se faz, talvez muda uma situação e a torcida volta para o nosso lado. O estádio vem com a gente.
REAÇÃO NO SEGUNDO TEMPO
“Começamos até bem o segundo tempo é comandando as ações, aí tomamos uma transição ali a equipe sentiu. É aí até a gente equilibrar de novo. E nós tomamos o gol no contra-ataque. Foi avisado. A gente falou que tem que ter muita atenção com a transição, principalmente se a bola cair no na mão do Tadeu, que repõe rápido. Infelizmente, ali no momento de bobeira, nós tomamos o gol. Depois é um efeito dominó. Porque você tenta sair para o jogo. E teu estádio também já virou contra. Aí já fica difícil, os jogadores sentem muito. E aí a gente tomou muito perigo na bola parada do Goiás”.
ESCALAÇÃO E SUBSTITUIÇÕES
Quando eu coloco uma equipe em campo, sempre tento colocar os melhores. Lógico que talvez você ou A ou B ou até a torcida têm uma visão diferente, mas ela não acompanha o treinamento. Eu estou ali todo dia, estou vendo. A gente tenta colocar os atletas que estão em melhores condições para aquele jogo, para aquele momento.
CHANCES PARA OS NOVATOS
“Lógico que no futuro, quando você já não tem mais alguma chance, talvez é uma oportunidade de usar os jogos que restam para a gente dar uma olhada em alguns jogadores que não tiveram tantas oportunidades, talvez jogadores que o Coritiba pensa para a sequência, principalmente jogadores mais jovens. A gente pensa nisso também, só que tudo tem que ser no momento certo. Como é que eu vou lançar um garoto dentro do Couto Pereira com uma atmosfera dessa? Assim é difícil. Ele pode ser queimado em dois, três jogos com o clube caindo pra segunda divisão. Então a minha responsabilidade também é blindar esses atletas de potencial”