SILAS MARTÍ NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – Em seu último ato no julgamento do ex-presidente da CBF José Maria Marin, réu no escândalo de corrupção da Fifa, a defesa do dirigente tentou descredenciar os depoimentos da acusação e voltou a apontar o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, como destinatário dos pagamentos de propina. “Ele estava em campo, mas não estava jogando”, resumiu o advogado, Charles Stillman. “Ele participou do esquema que acontecia ao redor dele ou só estava em campo no meio de tudo? Essa é a pergunta que os jurados devem fazer”, disse, para depois concluir que “Marco Polo era quem mandava no futebol brasileiro”. As testemunhas que depuseram contra Marin no caso, em especial J.Hawilla, o dono da Traffic, foram desqualificadas por Stillman. Segundo ele, Hawilla não pode ser confiado porque, durante seu testemunho, reconheceu ter mentido ao FBI. O procurador americano Sam Nitze rebateu todas as tentativas da defesa de desqualificar as provas. Ele ironizou a afirmação de Stillman de que Marin não saiu do banco de reserva. “Não podemos crer que Marin estava lá fora colhendo flores e não jogando o jogo.” Os 12 jurados devem começar a deliberar sobre o caso no fim de semana. Eles precisam chegar a uma decisão unânime sobre a culpa dos réus. OUTRO LADO Marco Polo Del Nero nega ter recebido qualquer vantagem indevida em suas atividades.