Jogadores de Athletico e Coritiba no julgamento no TJD-PR (Crédito: FOTOPRESSPR)

Os jogadores envolvidos na briga do jogo entre Athletico e Coritiba, no dia 5 de fevereiro, na Arena da Baixada, foram julgados nessa quarta-feira (dia 1º) à noite no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), na 3ª Comissão Disciplinar (primeira instância).

AS PUNIÇÕES
Pedrinho (Athletico): 6 jogos
Fabrício Daniel (Coritiba): 6 jogos
Alef Manga (Coritiba): 5 jogos
Thiago Heleno (Athletico): 4 jogos
Pedro Henrique (Athletico): 4 jogos
Christian (Athletico): 4 jogos
Terans (Athletico): 2 jogos
Marcio Silva (Coritiba): advertência
Victor Luis (Coritiba): absolvido

Os jogadores foram denunciados pela procuradoria do TJD-PR no artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que se refere a “praticar agressão física” e prevê suspensão de 4 a 12 jogos. Em alguns casos, os auditores da 3ª Comissão Disciplinar mudaram para o artigo 250, que trata de ‘ato hostil’ e tem suspensão de 1 a 3 jogos. Nenhuma das punições para os jogadores foi unânime. Ou seja, os seis auditores discordaram em todos os casos e aplicaram suspensões diferentes.

Os punidos no TJD cumprem suspensão já no fim de semana, na partida de ida das quartas de final do Campeonato Paranaense. No entanto, os clubes podem conseguir nas próximas horas o efeito suspensivo – medida que anula provisoriamente a punição, até o julgamento do recurso. A tendência é que isso ocorra e que o caso pare na segunda instância, o Tribunal Pleno do TJD-PR, também em Curitiba. Em seguida, ainda pode seguir para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro.

As punições desses julgamentos valem apenas para as competições organizadas pela Federação Paranaense de Futebol. O Campeonato Paranaense acaba em abril. Com isso, a tendência é que os jogadores só cumpram a suspensão no Estadual de 2024.

OUTROS JULGADOS
Também foram listados no julgamento dirigentes e o árbitro José Mendonça da Silva Júnior. A procuradoria do TJD-PR também denunciou o Athletico pelas desordens e pediu perda de mando de campo. Clique aqui para saber qual foi a decisão do Tribunal para esses casos.

O JULGAMENTO
Todos os nove jogadores estiveram presentes no TJD-PR e prestaram depoimento. O julgamento começou às 18 horas e terminou às 2h15 da manhã de quinta-feira (dia 2).

O QUE DISSERAM OS JOGADORES
Declarações dos atletas durante depoimento no julgamento no TJD-PR

MARCIO SILVA
“Depois de um lance, eu fui brincar com ele. Dei um tapa nas costas dele e falei ‘espertinho’. Ele pegou no meu pescoço. Aí, eu empurrei ele. Depois disso não participei de nenhum outro atrito”

TERANS
“Eu estava abaixado e ele chegou pesado nas minhas costas. No momento, senti como uma agressão. A gente começou a se puxar, depois nos entendemos. Após isso, chegou Alef com um soco nas minhas costas. Não cheguei em nenhum momento a conectar um soco, não fiz nenhuma agressão”

MANGA
“Como eu estava muito longe, eu vi de longe. Eu achei estava acontecendo uma agressão mais grave. Eu avisei o árbitro e empurrei o Terans”

“No calor do momento, eu empurrei ele, em nenhum momento dei um soco. Aí, ele virou de frente, e começou a confusão. Depois, lembro que puxaram minha camisa. O Terans tentou me dar um soco, mas não me atingiu. Aí, eu tava de costas e me atingiram, ficando no chão. Ao levantar, fui derrubado novamente. Depois, estava tentando sair da confusão”

“Quero pedir desculpa para todos, para as crianças. Isso nunca aconteceu na minha carreira. Depois que cheguei em casa, fiquei muito chateado. Eu sei da responsabilidade que eu carrego no clube. Isso não vai se repetir novamente”

THIAGO HELENO
“Primeiro, teve relação da falta. Depois, teve o fato do Terans e do Marcio. Nisso, quando avisaram o árbitro, eu já avistei o Alef Manga correndo em direção da confusão. De longe, achamos que ele ia chegar para separar. Ele (Manga) chegou de uma forma bem agressiva, dando um tranco, agredindo. Foi aí que começou a nossa reação, depois deste movimento. Começamos a correr para chegar próximo. Eu faço até o movimento para tocá-lo, mas minha mão já havia passado. Depois disso, eu me afastei, não teve mais uma situação minha de agredir ou falar alguma coisa”.

“O que gerou toda a confusão foi a forma que Manga chegou, pelas costas de Terans”.

“Sei que tem crianças que nos acompanham, somos exemplos. Até pelo posto que tenho hoje de capitão. Por isso, eu peço desculpas. Tenho certeza que não vai mais acontecer”

PEDRO HENRIQUE
“Eu estava ao lado do Thiago Heleno. Aí, o Alef Manga correu. Quando ele tá chegando, eu e o Thiago corremos juntos. Nós vemos o Terans ser agredido por trás. A nossa intenção era separar. Com a intensidade que chegamos, a gente empurra, ele (Manga) acaba caindo pelo empurrão. Depois disso, eu não fiz mais nada. Em nenhum momento eu acerto um soco no Alef Manga”

CHRISTIAN
“Eu estava de costas. Eu cheguei trotando na confusão. Quando eu vi, começou os empurrões. Tentei esticar a perna no Alef Manga no chão, mas não acertei ele”

VICTOR LUIS
“Eu seguro o Terans por um tempo, tiro ele. Na hora que eu vejo o Pedro chegando, vou para tirar ele. O intuito sempre foi separar. Se eu agredisse alguém pelas costas, eu seria cobrado pelo meu pai em casa”

PEDRINHO
“De forma precipitada tomei uma decisão errada e fiz o que aconteceu lá no jogo. Me arrependo demais”.

FABRICIO DANIEL
“A briga estava controlada quando o atleta Pedrinho acerta um golpe no Manga. Depois fui oprimido pelo Pedro Henrique e tento afasta-lo de mim. Já havia pensado em não participar de nenhuma briga. Por isso saí correndo”