Valquir Aureliano – Rodrigo Cascca

O técnico do Paraná Clube, Rodrigo Cascca, escancarou a situação crítica vivida pela equipe em 2022. Após a derrota para o Coritiba, ele falou sobre a dificuldade de assumir o time com o calendário apertado, sem tempo para treinar, e comentou o desgaste físico dos jogadores, a grande lista de desfalques e a falta de peças para montar uma equipe. E tentou explicar as improvisações no clássico.

“Eu sou o borracheiro tentando trocar o pneu do carro com o carro andando”, afirmou, em entrevista coletiva, sobre o fato de assumir a equipe durante a competição.

Para Cascca, o desgaste físico dos jogadores é evidente. “A equipe está muito desgastada fisicamente. Hoje, depois do jogo, o René Simões (head do Coritiba) veio ao vestiário. Temos amizade de longa data. Ele percebeu lá de cima (do camarote) que o time arreou na parte física”, disse.

Contra o Coritiba, Cascca fez várias improvisações durante o jogo. “Olhando de fora, parece bagunçado, mas aí você olha para o banco… Ontem foi corrido. Ficamos até meia-noite, eu e meu auxiliar, tentando montar um time. Sem o Krobel (lateral-direito), tive a ideia de fazer com três zagueiros, com o Franklin, mas não é momento para três zagueiros, é momento de atacar. E o Paranhos não é o momento para ele, num jogo desse”, explicou. E falou sobre as improvisações no segundo tempo. “O Kazu e o Douglas pediram para sair. Tirei os dois laterais. A gente foi ofensivo, atacou. Tivemos mais força ofensiva, mas não criamos chances”, comentou. “Os três meias estão machucados. Tentei com o Castanha ali, mas não é a característica dele. A gente não tem o meia que flutua entre as linhas. A gente depende do Kiss e do Moises para construir, ou pelas beiradas do campo”, analisou.

Sobre a postura em campo, Cascca garantiu que quer um time ofensivo. “Não pedi ninguém para recuar, para baixar as linhas. Peço que joguem para frente. Mas a falta de peças é muito clara. Hoje jogamos sem os dois Britos (Ueslei e Everton), sem o Krobel, sem o Gabriel”, comentou.

No sábado, integrantes de uma torcida do Paraná Clube foram à Vila Capanema para cobrar jogadores. “Eles chegaram e disseram que eu não tinha culpa. Mas eu falei que eu tenho culpa, sim. Seria covardia minha. Eu tô junto. Eu vou estar junto até o final”, declarou.

Segundo Cascca, a parte psicológica é um desafio, após mais uma derrota. “O abatimento é muito grande. Conversei com a minha comissão técnica e a gente ficou um pouco assustado (com o abatimento dos jogadores). O baque está muito grande. Eles não estão conseguindo nem discutir. Em outros grupos que trabalhei, o bicho pegava no vestiário. Hoje não estão conseguindo nem isso. Mas estamos tentando motivá-los todo dia”, afirmou.