Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive nos esportes, no futebol e, claro, nos estádios. Pelo menos é o que afirma a iniciativa do vereador Renan Ceschin (Pode), na Câmara Municipal de Curitiba. A ideia é criar o selo ‘Estádio Amigo da Mulher’ para os estádios que concederem, voluntariamente, meia-entrada para as mulheres nos eventos esportivos.
Segundo o vereador, a presença de mulheres em eventos esportivos ainda é desproporcionalmente menor. E não parece ser uma questão de gosto. Em 2023, o Athletico-PR colocou mais de 30 mil mulheres na Arena da Baixada. O episódio aconteceu como uma punição por brigas entre torcedores. O Coritiba também fez jogos com a presença só de mulheres no estádio, reunindo mais de 8 mil torcedoras na época.
Relembre
Agora, segundo a proposta do vereador, para que as mulheres tenham meia-entrada de forma assegurada, a adesão por parte dos organizadores de eventos esportivos deve ser feita de forma voluntária e de caráter simbólico e promocional. Os eventos esportivos que praticarem essa distribuição da meia-entrada de forma voluntária receberão o Selo “Estádio Amigo da Mulher”.
“A proposta se insere no conjunto de ações que visam estimular a equidade de gênero e a promoção da segurança das mulheres no ambiente esportivo, tradicionalmente caracterizado por sub-representação feminina e, em muitos casos, por episódios de hostilidade ou invisibilização”, disse Renan Ceschin.
Como funcionaria a meia-entrada para mulheres nos jogos de Curitiba?
O projeto prevê que, para a concessão do selo, os estádios devem disponibilizar desconto, de forma documentada, de no mínimo 50% no valor do ingresso para mulheres. Além disso, também devem promover campanhas de incentivo à presença feminina nos jogos, além de garantirem canais de denúncia para a prevenção da violência contra a mulher.
Essa concessão do Selo “Estádio Amigo da Mulher” é um reconhecimento institucional e não garante isenção de tributos, repasse de recursos ou qualquer vínculo contratual com a Prefeitura.
O projeto da meia-entrada para mulheres ainda não foi aprovado. Protocolado no dia 4 de julho, ele ainda aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito, a lei começa a partir de 30 dias da data de publicação no Diário Oficial do Município.