SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os primeiros resultados oficiais anunciados neste sábado (26) apontam para vitória do “sim” no referendo sobre a liberalização do aborto na Irlanda.

Os resultados das primeiras quatro das 40 circunscrições do país se declararam favoráveis (66,36%) a uma liberalização da legislação sobre o aborto, anunciou o escritório responsável pela apuração central, em Dublin.

Hoje, a lei irlandesa é uma das mais restritivas da Europa. A participação no referendo foi de 63%.

O apoio ao “sim” foi de 77% em Dublin central, 69%, em Cork Sul-central, 64%, em Cork Norte-central, e 60%, em Galway Leste.

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, considerou, neste sábado (26), que o inequívoco “sim” no referendo sobre a liberalização do aborto no país é “o desfecho de uma revolução tranquila”.

“O que nós vemos hoje é o desfecho de uma revolução tranquila, que transcorreu na Irlanda ao longo dos últimos dez, ou 20 anos”, declarou à rede pública RTE.

Depois de confirmados os resultados, o próximo passo será o governo redigir um novo projeto de lei, autorizando o aborto durante as 12 primeiras semanas de gestação e até as 24 semanas por motivos de saúde. 

O primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar vota no referendo sobre a liberalização do aborto Max Rossi/Reuters      ‘REVOLUÇÃO SILENCIOSA’

Depois que os resultados oficiais começaram a ser anunciados, políticos concordaram que o referendo havia passado por uma ampla margem. Os resultados finais são previstos para o fim do sábado.

“O povo falou. O resultado parece ser retumbante em favor da revogação da oitava emenda”, que proíbe o aborto, disse o primeiro-ministro Leo Varadkar, que fez campanha pela revogação.

“O que vemos é o ponto culminante de uma revolução silenciosa que vem ocorrendo na Irlanda nas últimas duas décadas”, disse Varadkar, que se tornou o primeiro premiê abertamente homossexual do país no ano passado.

Se confirmado, o resultado será o mais recente marco em um caminho de mudança para o país, que só legalizou o divórcio por uma maioria esmagadora em 1995, antes de se tornar o primeiro do mundo a adotar o casamento gay por voto popular três anos atrás.