Chegamos ao fim de outubro e é nessa época que os clubes pegam as calculadoras e começam a fazer contas. São cálculos que só servem para sabermos se nossos times continuarão na elite do nosso futebol.
Algumas entidades também entram na brincadeira. Uma delas foi a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela desenvolveu um estudo para entender como é desenvolvido o Campeonato Brasileiro e como se dão as possibilidades matemáticas dos rebaixamentos dos clubes. Por exemplo, na Série A, seus dois turnos de 19 rodadas perfazem um total de 380 jogos e o cálculo leva em consideração as três possibilidades de resultados: vitória, empate e derrota. Também há muitas variáveis que compõem o resultado de um jogo, inclusive o imponderável. É um gramado bom ou ruim, se está chovendo ou não, o tipo de arbitragem escalada, a temperatura do local da partida… Logo, as dificuldades são enormes para se prever quem serão os times rebaixados todos os anos. E ninguém em sã consciência pode afirmar de forma categórica que este ou aquele time será “escolhido” de forma antecipada.
Assim, o Brasileirão chega à reta final e os números gerados por cálculos matemáticos apresentam uma pontuação de fuga do rebaixamento convergindo para 42 ou 43 pontos. Porém, se levarmos em conta o desempenho dos clubes até o presente momento, Vasco da Gama, Joinville, Goiás e Coritiba têm maiores chances de cair. E, ainda correndo riscos, Avaí e Figueirense. A Chapecoense está praticamente livre de cair.
Teremos algumas rodadas decisivas pela frente e alguns confrontos diretos. Um deles acontece no próximo sábado, no Couto Pereira. O Coritiba, na iminência de ser rebaixado, receberá um adversário direto, o Figueirense.
A preocupação do torcedor do Coritiba não está centrada apenas nos números alcançados até agora. A preocupação é enorme pelo desempenho do time em campo e principalmente fora dele. Jamais podemos aceitar invasão de vestiários por conselheiros do clube para brigar com jogadores. Essa providencia em nada ajuda e muito prejudica.
O clube do Alto da Gloria vem construindo o seu rebaixamento desde o início da temporada. São brigas internas, desmandos administrativos e uma total falta de capacidade gerencial em termos esportivos.
Mesmo com todas essas disputas internas pelo poder, quedas de braços e falta de uma pessoa que conheça de futebol para gerenciar essa crise, isso pode não ser capaz de derrubar o Coritiba. Ainda é possível ficar entre os maiores clubes do Brasil. Apesar de que faz tempo que o time vem lutando e se safando de cair somente nas ultimas rodadas.
Mais uma vez, as próximas rodadas serão fundamentais. Repito, vencer o Figueirense, um concorrente direto, pode mudar o rumo da classificação. Depois o Coritiba terá Corinthians e Goiás, ambos fora de casa. Entretanto, seus adversários diretos também não terão refresco. O Figueirense receberá o Atlético-MG em casa e sai para enfrentar a Ponte Preta. O Avaí terá o Cruzeiro em casa, o Atlético Paranaense na Arena da Baixada e o clássico contra o Joinville.
Na minha ótica são três times disputando uma vaga na série A. Neste momento, segundo cálculos da UFMG, o Coritiba tem 60,6 % de chances de cair, o Avaí, 51,2% e o Figueirense tem 27,8%.
Desta forma, uma vitória do Coritiba poderá reconduzi-lo a elite do futebol brasileiro. Mas uma derrota em casa praticamente decretará o rebaixamento. E, por favor, reforcem a segurança para não serem punidos.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo