Com a vitória sobre o Peru, em Salvador, a Seleção Brasileira fechou a temporada em meio a muitas desconfianças dos seus torcedores.  Se os números alcançados pelo técnico Dunga em amistosos podem ser considerados positivos, as competições oficiais fizeram com que o seu cargo fosse colocado na balança.
Contudo, o ano não foi de todo ruim. Obviamente, para que tenhamos um bom time e que joguemos um futebol bonito, ainda falta muita coisa. Mas, se considerarmos que temos muito tempo até a próxima Copa do Mundo, lógico que podemos sonhar.
Temos algumas notícias positivas. Dunga se esforça para mudar o seu comportamento e não está tão preocupado com a imprensa; o treinador encontrou uma forma de jogar; descobrimos um zagueiro de qualidade (Gil); vimos dois jogadores em franco crescimento: Douglas Costa e Willian. E uma certeza: Neymar nem de longe joga na seleção o mesmo futebol apresentado no Barcelona.
 
Se a onda pega
A decisão da juíza carioca Marcela Aied em penhorar os bens dos dirigentes do Botafogo em ação movida pelo ex- jogador Túlio Lustosa na 74ª Vara do Trabalho abre uma nova discussão na relação entre patrões e empregos no mundo do futebol. É comum, e não privilegio apenas do futebol paranaense, jogadores e treinadores trabalharem em nossos clubes, não receberem o que é devido e terem de recorrer à justiça. Os clubes têm o conforto de empurrar com a barriga os processos, naquele velho lema “devo não nego e pago quando puder”.
O caso sabido mais recentemente por aqui — não tenho conhecimento se já foi resolvido — foi o do atacante Keirrison. Ele alega não ter recebido regularmente os salários e cobra quase R$ 600 mil do clube paranaense, entre 13º salário de 2014, 50% das férias de 2014 e os salários de maio, junho, julho e agosto deste ano, além de despesas médicas referentes à cirurgia realizada em agosto.
A partir de agora, alguns caminhos podem ser seguidos se essa decisão passar a ser pratica comum: os dirigentes tomam vergonha na cara e passam a cumprir as suas obrigações como gestores; terão de arcar com suas irresponsabilidades administrativas, perdendo seus patrimônios; ninguém terá tanto interesse em comandar e não haverá essa obstinação para ser presidente de clube de futebol.
 
Eleição no Atlético
Olhando as propostas das três chapas que vão concorrer nas eleições do Atlético, fiquei procurando algo de novo. Obviamente, em tratando de eleição, mesmo que seja de um clube de futebol, a melhor solução é falar aquilo que os eleitores gostariam de ouvir. Tirando o fato de ter uma ideia da situação — a meu ver, absurda — de colocar grama sintética, as demais propostas deveriam ser regras e não falácias de campanha política.
Não acredito ter lido: “voltar a ter credibilidade de bom pagador”. A atual gestão não tem credibilidade? “Assumir os compromissos das obras da Arena e dialogar com os poderes, estadual e municipal”. Ora, não estão cumprindo obrigações? “Dar apoio à torcida organizada”. Que tipo de apoio seria dado para a torcida organizada? E as outras?
Agora fica claro que as três chapas concordam que os preços dos ingressos são absurdamente caros e os planos de sócios são feitos apenas para os mais abastados. A torcida atleticana é formada pela camada popular. Tentaram elitizar o clube, mas não deu certo, basta ver a média de público na Arena da Baixada nas últimas temporadas.