Suspeito de integrar um esquema de tráfico de influência para beneficiar empresas em contratos com o governo federal, o assessor da secretaria-executiva da Casa Civil Vinícius de Oliveira Castro pediu demissão ontem, após a divulgação da denúncia pela revista Veja deste fim de semana. O servidor, que atua como assessor jurídico da Casa Civil, declara que repudia todas as acusações.

Vinícius Castro é filho de Sônia Castro, sócia de filhos da atual ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, na empresa Capital Assessoria e Consultoria. De acordo com a reportagem de Veja, a firma teria atuado na intermediação de negócios de empresas aéreas com os Correios. A Capital tem sede em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, e, além de Sônia, tem como sócios Israel e Saulo Guerra, filhos de Erenice.

Segundo a reportagem de Veja, Israel seria o operador do esquema junto ao governo federal. Pela apuração da revista, o lobby teria rendido ao filho de Erenice uma comissão de cerca de R$ 5 milhões em contratos firmados entre a MTA Linhas Aéreas e os Correios. Na ocasião, a Casa Civil era chefiada pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e Erenice ocupava o posto de secretária executiva, atuando como principal auxiliar de Dilma.

A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, pediu ontem à Comissão de Ética Pública da Presidência da República a imediata abertura de investigação sobre a sua conduta em relação às notícias publicadas pela revista Veja. Em nota enviada à imprensa, a assessoria da ministra informa que Erenice fez o pedido por meio de ofício encaminhado ao presidente da Comissão, José Paulo Sepúlveda Pertence.