MARTHA ALVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um pavilhão com 52 boxes da feirinha da madrugada, no Brás, no centro de São Paulo, foi removido pelo consórcio que administra o espaço, entre a noite de quinta (27) e madrugada desta sexta (28).
A feirinha costuma abrir às 2h, mas comerciantes e compradores foram surpreendidos na madrugada por um aviso informando que “excepcionalmente hoje a Feira da Madrugada abrirá às 5h devido a problemas operacionais”.
Às 5h os comerciantes arrombaram um portão e correram em direção aos boxes destruídos. Não houve intervenção de seguranças, guardas-civis ou PMs.
Vários lojistas disseram que não foram informados sobre a operação. Algumas pessoas choravam, outras juntavam o entulho e tentavam salvar a mercadoria jogada no chão.
Parte dos produtos foi amontoada misturada ao lado dos boxes demolidos, outra em um depósito. A comerciante Natacha Conde Russo, 19, que vende roupas desde outubro passado, chorava: “Fomos tratados como lixo”.
Os comerciantes disseram que não estão irregulares, têm recibos do pagamento dos aluguéis e comprovantes. Nicodemos Miguel Silva, dono de uma loja no local, afirma que o consórcio esperou vencer o boleto de aluguel e todos pagarem para derrubar as lojas.
No último domingo (23), a concessionária que administra o local tentou fazer a remoção dos boxes e foi impedida pelos comerciantes.
O Circuito de Compras São Paulo, que administra o espaço, informou que faz, desde o último domingo, uma operação para retirar um conjunto de boxes de uma área que servirá como rota de fuga.
Ainda de acordo com a nota, os lojistas que atuavam nesse local estavam ilegais -os regulares serão realocados. A empresa ressalta ainda que “os comerciantes foram avisados entre os dias 17 e 21 deste mês, verbalmente e por comunicado” da desocupação.