Diante da repercussão da nota publicada pelo Jornal do Estado relatando a discussão da semana passada entre o líder do governo Requião na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) e o deputado estadual Elton Welter (PT), o peemedebista reagiu ontem afirmando que tudo não teria passado de uma “brincadeira” entre amigos. Na ocasião, Romanelli respondeu rispidamente e com ironias a tentativa de Welter de contemporizar sobre os ataques de Requião ao ministro petista, Paulo Bernardo. Romanelli, porém, não negou o que disse, até porque tudo foi testemunhado pelos jornalistas que cobrem a Casa. Alegou apenas que não quis constranger Welter, e que não esperava que suas palavras fossem publicadas.


Repercussão
Quem presenciou a cena, porém, percebeu o constrangimento de Welter e pode constatar que o líder governista não estava apenas brincando. Só se arrependeu do que disse diante da repercussão negativa. Romanelli não consegue esconder a satisfação com os ataques de Requião a Paulo Bernardo, que servem como uma luva para justificar o  afastamento do PMDB do palanque petista, em benefício de uma aliança com o PSDB de Beto Richa. A discussão da semana passada somente reflete como anda azedo o clima entre os dois antigos aliados, cada vez mais distantes.


Cohapar
A Assembleia aprovou ontem dois requerimentos da oposição. Um cobra informações sobre à paralisação de obras da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) devido à falta de pagamento dos funcionários e também pelo atraso no envio de materiais de construção. “Alguns funcionários estão há dois meses sem receber salários e no dia 19 de fevereiro decidiram cruzar os braços até que a situação seja regularizada”, contou o líder oposicionista, Élio Rusch (DEM).


Plano de saúde
O outro requerimento da oposição aprovado ontem pede informações sobre a licitação realizada para a prestação de serviços de saúde aos servidores estaduais, através do Sistema de Assistência à Saúde (SAS) em Curitiba. Desde maio de 2009 o serviço passou a ser realizado pelo Hospital São Vicente. Ao final daquele ano a instituição enviou uma carta aos servidores relatando dificuldades no atendimento, devido a regras contratuais desconhecidas, bem como o perfil dos usuários, a maioria de idosos. Nesta correspondência, a diretoria do Hospital sugeriu a criação de um plano complementar, que seria pago pelos servidores.


Laranjice
O presidente estadual do PT, Ênio Verri, se enrolou todo ontem na tentativa de explicar o teor das discussões da Executiva do partido sobre o rompimento com Requião por conta dos ataques a Paulo Bernardo. Primeiro Verri disse que a legenda não estava discutindo a entrega dos cargos, nem a saída da base do governo. Questionado então sobre qual seria a discussão, alegou que se tratava do “relacionamento” com o governador. Como se o partido pudesse romper com Requião, mas não com o governo.


Clareza
Enquanto Verri gaguejava, o ex-secretário geral do PT, Florisvaldo Souza, expôs com clareza a situação em seu blog. “Requião não pode ser mais candidato ao governo. Gleisi, quando candidata ao Senado, quase passou Alvaro Dias. Ela, sim, é a ameaça à candidatura Requião ao Senado”, explicou. “Feito os cálculos, o governador se bandeou pro lado dos tucanos, passou uma rasteira no deputado federal Gustavo Fruet e fechou uma aliança branca”, afirmou, acrescentando ainda que o Requião liberou os deputados para apoiar Beto Richa, em detrimento das pretensões de seu vice, Orlando Pessuti (PMDB).



Rejeição
A revolta do comando regional tucano com os ataques do senador Alvaro Dias ao PSDB e a Beto Richa chegou a um ponto limite. Dirigentes do partido chegam a afirmar que mesmo que Richa não fosse candidato, depois do que Alvaro andou dizendo, o partido lhe negaria apoio e preferiria abraçar a candidatura de seu irmão Osmar Dias (PDT), a contemplá-lo com a vaga.


Liberdade
No primeiro pronunciamento que fez este ano na Assembléia Legislativa, o deputado Nelson Justus, presidente da Mesa Executiva, reiterou sua postura em defesa da liberdade de informação. Destacando a necessidade de informar com responsabilidade para evitar injustiças e danos difíceis de serem reparados depois, manifestou sua estranheza diante do polêmico Plano Nacional de Direitos Humanos: “Num pacote curiosamente chamado de Plano Nacional de Direitos Humanos, assinado pelo presidente Lula, uma das criativas diretrizes prevê, em bom português, a velha censura à imprensa. Sou contra. Não há como um democrata, seja de que partido for, ser a favor” . “Tutelas desnecessárias do Estado nos remetem à lembranças cinzentas do tempo da ditadura e creio que o povo brasileiro não deseja isso. Alcançamos um estágio de democracia que não permite mais pensar em retrocessos desse tipo”, arremata.


Ausentes
Na primeira reunião da Comissão de Legislação da Câmara Municipal, os cinco vereadores presentes cobraram uma discussão sobre um assunto que se arrasta pelos corredores do legislativo desde o ano passado. A ausência de alguns vereadores nas reuniões das comissões, especificamente da Legislação. Na reunião de ontem, dos nove integrantes, apenas cinco compareceram.


Letra morta
O vereador Serginho do Posto (PSDB) defendeu que fosse cumprido o previsto no regimento interno: de cada 3 faltas consecutivas sem justificativas, o parlamentar pode ser substituído por outro. Um antigo funcionário da Casa informou que desde que trabalha com os parlamentares nunca viu uma ausência sem justificativa.


Parabólica
A Petrobras divulgou o resultado das seleções públicas do Programa Petrobras Cultural (PPC), edição 2008/2009. Foram contemplados 131 projetos de 20 estados.
No Paraná, oito projetos nas áreas de música, shows, dança, literatura e audiovisuais foram contemplados. Veja  lista dos contemplados na www.hotsites petrobras.com.br/ppc



Em alta
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 64/09, que regulamenta no Paraná o subsídio dos policiais militares, foi publicada em Diário Oficial. Agora, é aberto prazo para que os líderes  na Assembleia possam indicar nomes para compor a Comissão, que terá prazo de 20 dias para apresentar um parecer.


Em baixa
A primeira câmara do Tribunal de Contas do Paraná (TC) julgou irregulares as contas da Câmara de Curitiba referentes ao ano de 2004. Para o TC, a  Câmara concedeu aumento de 53,7% de forma irregular para os vereadores naquele ano. A Câmara vai recorrer da decisão ao Pleno do TC.