Acúmulo de gordura na região do abdome, rugas, excesso de pele na região do pescoço e cabelos brancos são problemas que afligem a grande maioria dos homens que já passaram dos 40 anos. Mas nenhum destes incomoda mais que a queda capilar. A calvície está para o homem como a celulite está para a mulher. Ou seja, é um verdadeiro drama!

A velha história é dos carecas que elas gostam mais deixou de ser verdade há tempos, abrindo espaço para homens cada vez mais vaidosos e preocupados com o espelho e também, claro, mulheres mais exigentes. Uma pessoa calva costuma aparentar cinco ou dez anos a mais que sua idade real, afirma o atual presidente eleito da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética – ISAPS, o cirurgião plástico gaúcho Carlos Oscar Uebel.

Estima-se que no mundo todo existam 2 bilhões de pessoas calvas, sendo 90% do sexo masculino e 10% do sexo feminino. No Brasil, há 40 milhões com o problema, ou seja, pouco mais de 20% da população (nos anos 90 eram 27 milhões). Cerca de 80% dos jovens entre 24 e 26 anos desenvolvem a calvície por tendência genética. Após os 50 anos, 50% dos homens ficam calvos e após os 80 anos, 80%.

Um levantamento feito por Uebel, referência mundial no assunto, revela que nos últimos cinco anos houve um crescimento de 20% de homens antes dos 30 anos com problemas de calvície. A incidência é maior nos países das Américas, da Europa e os nórdicos. Nós, brasileiros, os americanos, os italianos, os alemães e os franceses encabeçamos esse ranking, diz. Aqui no Brasil notamos uma maior incidência nas grandes metrópoles e nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, completa o especialista. Esse assunto será um dos destaques do XIII Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, que acontece de 23 a 25 de março, em São Paulo, com coordenação dos médicos brasileiros Carlos Oscar Uebel e Ewaldo Bolivar de Souza Pinto.

As causas

Os principais fatores responsáveis pela queda de cabelo são: herança genética, alterações hormonais, estresse emocional, seborréia, menopausa (no caso das mulheres) e, claro, a idade. A medida que envelhecemos nosso cabelo vai afinando e rareando, diz Uebel.

Normalmente, uma pessoa pode perder cerca de 100 fios de cabelo por dia, fato provocado pela renovação dos fios: enquanto uns caem, outros nascem. Mas quando esse ritmo de desenvolvimento capilar sofre alterações e a queda se torna acentuada, fique atento, pois pode ser um sinal indicando que algo não anda bem.

Tratamento com células-tronco

Tratamentos e novas técnicas desenvolvidas por especialistas para combater a calvície estão disponíveis na área médica e universitária. Uma delas é o Microtransplante Capilar com Unidades Foliculares e mais recentemente a estimulação das células-tronco destas Unidades com Fatores de Crescimento Plaquetários, técnica desenvolvida por Carlos Oscar Uebel e já utilizada como referência mundial.

A técnica do cirurgião plástico consiste em transplantar raízes capilares da região da nuca – onde é encontrada a melhor qualidade genética do cabelo – para a área calva por meio de microincisões puntiformes. Esses bulbos capilares, ricos em células-tronco, levam toda a carga genética para a área que receberá o microtransplante, garantindo assim, a qualidade de crescimento e durabilidade. Para aquelas pacientes com áreas doadoras menos densas ou com mais idade os micro implantes podem ser estimulados, depois de retirados, com fatores de crescimento plasmático obtidos do próprio paciente. Depois de ativados, são implantados um a um na região calva. A técnica possibilita a implantação de até seis mil fios de cabelos e feita com anestesia local e sedação. O procedimento dura cerca de 3 horas.

A área tratada pode atingir um aumento de 52% de cabelo e o resultado estético é muito natural. “Os fios que foram transplantados crescerão como os fios já existentes dentro do prazo que varia de 12 a 16 semanas. Isso garante uma naturalidade muito grande e a certeza de um resultado satisfatório”, afirma Uebel. O resultado final é atingido do 12º ao 14 º mês, finaliza.