Depois de décadas de vida pública figurando como uma liderança de âmbito regional, o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) finalmente conseguiu virar notícia nacional. Pena que por motivos pouco edificantes. O líder do governo Requião na Assembléia foi destaque no noticiário de todo o País entre a noite de segunda-feira e ontem, por ter furado praças de pedágio e ensinado a população a fazer o mesmo, sob o pretexto de protestar contra as tarifas.

Espertalhão
No Jornal da Globo, o peemedebista foi descrito como um deputado que deu uma de espertalhão, que resolveu “passar por cima da lei” e ainda se vangloriou publicamente disso. Uma conduta inaceitável para quem foi eleito justamente para fazer as leis e zelar pelo seu cumprimento.

Cortina de fumaça
Para a oposição, a atitude de Romanelli não passa de mais um factóide para tentar desviar a atenção dos reais problemas do governo Requião. E do fato revelado pela ex-procuradora Geral do Estado Jozélia Nogueira de que Requião nunca quis negociar a redução das tarifas do pedágio com as concessionárias, preferindo manter um inócuo discurso político e uma fracassada disputa judicial que está sendo paga pelo usuário das estradas.

Infiéis
Dois processos dos chamados “infiéis” foram julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) na tarde de ontem. Os vereadores Wilson Walter (PTB), de Campina Grande do Sul, e Wilson Carlos de Assis (PPS), de Iretama, tiveram extintos os processo que pediam a perda de seus mandatos.

Inocentes
Desde o último dia 24, quando a Justiça Eleitoral do Paraná iniciou a análise dos processos de infidelidade partidária, oito vereadores foram inocentados e apenas um acabou cassado. O vereador Dilson Moraes Passaia, de Espigão Alto do Iguaçu, que se elegeu pelo PMDB e logo depois migrou para o PR, perdeu o mandato na última segunda-feira.

Infidelidade
De acordo com a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contrariam a regra da fidelidade partidária e podem perder o mandato os ocupantes de cargos majoritários (prefeitos, governadores, senadores e presidente da República) que migraram de legenda depois do último dia 16 de outubro. Para os políticos eleitos pelo sistema proporcional (deputados estaduais, federais e vereadores), a fidelidade está valendo desde 27 de março de 2007.

Dissonante
Nem todos os petistas concordam com o discurso da nova presidente estadual do partido, Gleisi Hoffmann, que defendeu alianças com os partidos que integram a base do governo Lula para as eleições municipais deste ano no Estado. Para o deputado Tadeu Veneri, que disputa com Gleisi a indicação de candidato do partido à Prefeitura de Curitiba, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Reprise
Para Veneri, o PT da Capital deve priorizar alianças com partidos de esquerda e que não apóiem a atual gestão do PSDB. Ele afirma que aliar-se com legendas como PTB e PP, que apóiam Lula, mas mantêm uma postura conservadora no Estado, seria repetir um erro já cometido na eleição de 2004, que custou ao PT a redução de sua bancada na Câmara.

Em alta
O BRADESCO registrou em 2007 um lucro de R$ 8,01 bilhões, o maior de um banco no país nos últimos 20 anos — mostrando que não é a toa que os banqueiros estejam entre os maiores contribuintes das últimas campanhas do candidatos do PT e do presidente Lula.

Em baixa
Enquanto o líder do governo Requião, deputado Romanelli, brinca de furar pedágios e prega o desrespeito à lei, o Paraná vê três cidades do Estado – Foz do Iguaçu, Guairá e Tunas do Paraná – incluídas na lista de dez municípios mais violentos do País.