Há uma semana, Tite respirava fundo e soltava o ar, aliviado com a volta das vitórias após 2 a 0 no Bahia. Sete dias se passaram, a equipe somou o terceiro jogo sem derrota e agora o treinador corintiano faz caretas, preocupado com o rebaixamento. A série de empates – já são 12 no Brasileirão – anda tirando seu sono.

Mesmo com os cinco pontos somados nas três últimas rodadas, o Corinthians está perto da zona de rebaixamento após os 0 a 0 com os Atléticos mineiro e paranaense. São apenas quatro pontos do Vasco, hoje o primeiro que cairia.

“O Brasileiro premia vitórias e nós temos a lição do campeonato que vencemos. A gente busca, tem procurado mudar peças, mas vocês sabem os motivos. Temos de buscar alternativas, coloquei Paulinho (Paulo Victor), que é da posição (centroavante), mas pesa a perna. Vamos ver se tem Paolo no domingo para reorganizar o processo de criação e finalização”, espera Tite.

O peruano tem uma fissura no quinto metatarso do pé esquerdo e deve tomar infiltrações para enfrentar o São Paulo. Tite vai esperá-lo até o sábado tamanho o desespero pela falta de jogadores que façam gols.

“Quando estava com o Pato e o Guerrero nós jogamos com três atacantes. E se não fossem para seleção, o time continuava assim. Estou buscando alternativas, mas não tem. Não estou me eximindo. O Renato (Augusto) machucou. Até com Paulo André já jogamos de pivô. Estamos tentando criar formas, alternativas, mas às vezes elas não conseguem se transformar no que a gente imagina”, lamenta Tite. “É diferente jogar com Danilo vindo de trás e lá enfiado. Ele se esforçou, puxou. Vamos tentando.”

Diante do Atlético-PR, Tite colocou Rodriguinho para tentar os arremates de fora da área. Apostou em Paulo Victor para tentar aparecer mais na área e até usou Diego Macedo, que é ala, na armação. Nada deu certo, para seu desespero.

E o nervosismo fica evidente quando se avalia a tabela do segundo turno. Em oito jogos, só um triunfo e apenas seis pontos somados. “Tem de vencer, vencer, isso é o que a gente quer”, diz, constrangido após um desempenho ruim de seus comandados.

“Não comparo dos dois empates. Hoje (quarta-feira) o time criou menos do que diante do Atlético-MG”, reconhece. “Tivemos dificuldades de criação, mas não posso reclamar de Danilo, de Emerson. Não tenho tempo da organização, de preparação, tentei com eles de nove, tiveram boa vontade, mas não são específicos da função e estamos acostumados a jogar com pivô, a equipe carece disso. Mas temos de achar alternativas para melhorar.”