A crise no mercado da aviação fez com que muitos empresários procurassem alternativas para as viagens de negócios. A Jet Sul, por exemplo, já contabiliza um aumento de 30% em um ano. O grupo é um dos maiores do País em fretamento de vôos executivos e o maior da região Sul e, conforme os dados da companhia, desde o acidente da Gol, em setembro de 2006, houve uma procura maior pelos serviços. O número total de vôos passou de 20 para 26 por mês.

O número é mais expressivo se considerado o atendimento feito pela empresa (atendimentos de pista/solo que a JetSul faz para outros operadores/proprietários de aviões executivos). Dos 23 atendidos em julho de 2006 passaram para 50, em julho de 2007. Um aumento de 117%.

O crescimento já era verificado nos meses anteriores, de maio e junho dos dois últimos anos. Em maio, o número de vôos passou de 20 (2006) para 32 (em 2007), aumento de 60%. Em junho foram 24 vôos (2006) e 37 (2007), aumento de 54%.
Além da crise aérea, o incremento é explicado pela empresa por outros fatores, como a tranqüilidade de embarque, vôos com partidas e chegadas nos horários previstos, bagagem sem extravio, conforto, segurança e a possibilidade de usar qualquer um dos 5 mil aeroportos do país, contra cerca de 200 cidades atendidas pela aviação comercial.

“Nós não atrasamos”, afirma o diretor do Grupo Jet Sul, Leonardo Cordeiro, que há 20 anos trabalha na empresa sediada no Paraná. “O fretamento de aeronaves executivas reúne todos estes quesitos e proporciona ao passageiro que necessitam do transporte aéreo como forma de locomoção, uma solução prática e eficiente”, diz.
O diretor financeiro e de patrimônio da Associação Brasileria de Agentes de Viagens (Abav), Geraldo Zaidan Rocha, aponta esse crescimento como uma tendência enquanto a crise aérea permanecer. “O número de negócios que vários empresários perderam com esses vôos que atrasaram três, até quatro dias, não é possível sequer mensurar”, afirma.

Cordeiro, da Jet Sul, ressalta que o fretamento é uma alternativa de transporte eficiente para empresas, executivos, esportistas e artistas. “O tempo destas pessoas vale muito e atrasos podem resultar em perda de grandes negócios ou compromissos inadiáveis”.
Rocha afirmou que mesmo nas companhias menores houve elevação pela procura dos serviços. “Como não é um serviço muito barato, é comum empresários se associarem para reduzir os custos”, diz. “Eles saem daqui (Curitiba) de manhã e retornam à noite”, conclui. Segundo Rocha, 95% dos vôos fretados têm como destino o São Paulo.  
Cordeiro dá como exemplo de cálculo o fretamento de um modelo King Air 350, 2006, com capacidade para nove passageiros para um vôo Curitiba / São Paulo / Curitiba. O preço total é de R$ 9.800,00 o que representa por passageiro o custo de R$ 1.088,00 ida e volta. “Hoje, com o caos aéreo, há pessoas indo para São Paulo de táxi pagando cerca de R$ 700,00 somente pela ida. O que é mais vantajoso”, questiona.

Infra-estrutura — A Jet Sul tem sede e hangares junto ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, cidade da Região Metropolitana de Curitiba.
Em 2005, o setor de fretamento de vôos cresceu 17%. No ano passado, a taxa ficou em 12% e, nos primeiros seis meses de 2007, o aumento foi de 11%. A empresa atualmente administra cerca de 20 aeronaves entre próprias e de terceiros.