Costa do Sauípe, 11 (AE) – Na busca desesperada pela primeira vitória nessa sua volta do tênis, Gustavo Kuerten resolveu adotar uma tática “kamikase” para vencer o italiano Filippo Volandri, número 44 do ranking mundial, em sua estréia do Brasil Open. Ele pediu aos organizadores para que seu jogo fosse marcado para às 14h30 da tarde (15h30 de Brasília) desta terça-feira, horário em que o sol baiano pode “torrar os miolos” do tenista europeu.

Guga preparou-se especialmente para isso. Nestes dias em que treinou na Costa do Sauípe entrou em quadra justamente na hora de maior calor, por volta do meio-dia.

A tática é meio suicida, já que Guga não vem revelando um grande preparo físico nas últimas competições, mas, por outro lado, o forte calor baiano pode minar as forças de Volandri e deixá-lo perturbado.

Kuerten está confiante. “A cada jogo percebo que meu tênis está melhorando”, disse Guga, que nessa sua volta disputou quatro torneios, perdendo todos os jogos que disputou em Florianópolis, Viña Del Mar, Santiago e Assunção. “Sinto que a minha bola ganhou mais impacto. Estou acreditando.” Se a estratégia de Guga der certo, o brasileiro irá marcar seus primeiros pontos no ranking desde o US Open de 2005, torneio em que venceu sua última partida oficial.

Além de renovar as esperanças de Guga, o Brasil Open pode dar um belo empurrão na carreira de Rogério Dutra Silva. Tenista de origem humilde, da região de Parelheiros, em São Paulo, filho do ex-jogador Eulício, que trabalhava no tradicional clube Harmonia e em seu currículo conta uma vitória sobre o lendário Tomas Koch Rogerinho vai disputar agora o seu primeiro torneio da série ATP Tour e vem de duas vitórias seguidas diante de Flávio Saretta, merecendo o wild card (convite) dos organizadores.

Eufórico, ele estréia nesta segunda-feira às 15h30 de Brasília, diante do francês Nicolas Delvider. Outro brasileiro, Thiago Alves, também joga nessa rodada de abertura e enfrenta um dos favoritos, o espanhol Carlos Moya, que neste domingo posou para fotos com Guga, como ele campeão de Roland Garros, num dos cenários da paradisíaca Costa do Sauípe.