O líder do governo Requião na Assembléia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), voltou a ocupar a tribuna da Casa ontem para justificar o cancelamento, pelo Departamento de Estradas e Rodagem, da multa aplicada contra ele por ter furado três praças de pedágio sem pagar no início do ano. “Furar pedágio, ou evadir-se sem o pagamento de pedágio, não é crime. No máximo pode ser uma infração de trânsito”, alegou.


Impunidade
Romanelli repetiu o argumento de que a multa não vale se a infração não é presenciada pessoalmente pelo policial. E alegou que os que tentam criminalizar seu ato estariam defendendo o pedágio. O líder do governo esquece que os cidadãos comuns podem até considerar as tarifas injustas, nem por isso se vêem no direito de desrespeitar a lei, no caso o Código de Trânsito. Até porque, como não possuem imunidade parlamentar, nem são “amigos do rei”, não contarão com a conivência do Estado para sair impunes.


Exemplo
 O vice-líder da oposição, deputado Élio Rusch (DEM), não engoliu as justificativas de Romanelli. Lembrou que há um projeto na Assembléia de sua autoria que permite que as tarifas cobradas tenham redução de 20%, ao prever a isenção da cobrança de impostos estaduais que incidem sobre elas. “Se o governo diz que o preço é abusivo, que ele comece dando o exemplo e deixe de cobrar esse imposto sobre a tarifa do pedágio”, afirmou. Nem o companheiro de bancada do líder do governo se convenceu com as explicações de Romanelli. Para o deputado Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), nada justifica a atitude do requianista, muito menos a “apologia”, que ele tem feito do desrespeito à legislação.


Julgamento
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) julga, na tarde de hoje, o vereador de Curitiba, Pastor Valdemir Soares (PRB) acusado por infidelidade partidária. O processo de Valdenir é o primeiro entre os vereadores da Capital a ser julgado e será o último item da pauta de hoje. A ação foi proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e tem como relator no TRE o juiz Munir Abagge. O vereador se elegeu pelo PL em 2004 depois seguiu para o PRB.


Próximos
O próximo vereador de Curitiba a ser julgado pelo TRE deve ser mesmo Tico Kuzma (PSB). O processo, que tem como relator o juiz Renato Lopes Paiva, já tem inclusive parecer do MPE pela cassação. Depois ainda serão julgados os vereadores vereadores Jair Cézar (PSDB), Beto Moraes (PSDB), Gilso de Freitas (PSDB) e Mestre Déa (PP).



Itaipu (I)
A revisão do Tratado de Itaipu, defendida pelo presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, será tema de audiência pública marcada para hoje na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Entre os convidados estão o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, o diretor do Departamento da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, João Luiz Pereira Pinto, e o ex-diretor Rubens Bueno.


Itaipu (II)
Durante a campanha para a Presidência do Paraguai, Lugo reivindicou a renegociação do tratado, pelo qual cada um dos países tem direito à metade da energia produzida na usina. O Paraguai utiliza apenas cerca de 5% da parte que lhe cabe e o restante é necessariamente vendido ao Brasil.No mês passado, durante viagem a Gana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o tratado da hidrelétrica binacional, firmado em 1973, não será revisto e que a agenda política entre Brasil e Paraguai vai além da questão Itaipu.


Em alta
A Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal de Curitiba aprovou, em reunião ontem, duas mensagens do prefeito Beto Richa (PSDB) autorizando aberturas de créditos. O dinheiro servirá para reformas de praças, estações tubos, entre outros.


Em baixa
A 2ª Vara Criminal Federal condenou o ex-presidente do Conselho de Administração do Banestado, Giovani Gionédis, a quatro anos e seis meses de reclusão e multa de 1.500 salários mínimos por crime de gestão fraudulenta. .Gionédis teria utilizado fraudulentamente a estrutura do Banestado.