O município de Marialva, no Norte do Paraná, vai receber uma usina de biodiesel e deve se tornar um dos principais pólos de produção de biocombustíveis do país. O anúncio foi feito, durante a Escola de Governo desta terça-feira (09), pelo secretário da Fazenda, Heron Arzua, e pelo diretor-superintendente da Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil (BSBios), Erasmo Carlos Battistella.

Participaram da assinatura do protocolo de intenções o governador Roberto Requião, o vice-governador Orlando Pessuti, o diretor-presidente do grupo, Antonio Roso, e o prefeito Edgar Silvestre.

A unidade terá investimentos de R$ 158 milhões vai gerar 120 empregos diretos e mais de 3 mil indiretos. A empresa participará do programa Bom Emprego, do Governo do Paraná, que garante dilação no pagamento do ICMS para descentralizar os investimentos e a gerar empregos em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

As atividades terão início ainda este ano e para 2010 já é prevista a produção de 95 mil litros de combustível renovável, a partir de soja, canola e girassol.

Segundo Battistella, a capacidade plena de produção deve ser atingida no ano de 2013, quando a usina será capaz de abastecer todo mercado pranaense, além de possibilitar vendas para São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. “Nosso foco é liderar o setor nacional e nos tornarmos os primeiros do Brasil a exportar biodiesel para o mundo”, destacou.

De acordo com ele, toda matéria-prima utilizada pela usina será comprada de produtores rurais do Paraná. Pelo menos 30% deste total virá da agricultura familiar. “É um compromisso assumido na adesão ao Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, necessário para obter o Selo Combustível Social”, informou.

PARANÁ – O grupo, que já comanda uma empresa no Rio Grande do Sul, escolheu o Paraná pelo potencial agrícola do Estado. “Em um raio de 100 quilômetros em torno da unidade, encontramos matéria-prima suficiente. A usina paranaense faz parte do nosso planejamento de expansão porque o Estado é o segundo produtor de grãos do país”, explicou o superintendente.

O clima e o solo da região vão permitir o uso de matérias alternativas. Para isso, serão feitas parcerias com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater–PR) e Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). “A soja é a principal fonte para a fabricação de biocombustiveis e é usada em 85% da produção. É preciso diversificar e usar fontes alternativas, mais baratas”, ressaltou Battistella.

Outro ponto favorável à instalação da empresa em Marialva é a infraestrutura oferecida. “A cidade tem acesso facilitado à ferrovia e o Estado tem o Porto de Paranaguá, com capacidade de enviar o combustível para qualquer lugar do Brasil e do mundo”, completou.