A goleada de 6 a 2 para a Inglaterra na estreia da seleção iraniana na Copa do Mundo do Catar foi amenizada pelo técnico Carlos Queiroz na entrevista coletiva. Para o treinador, seus atletas entraram em campo pressionados por questões que fogem da esfera esportiva. “Eles (jogadores) não estão no melhor ambiente em termos de concentração para os problemas que os cercam”, afirmou o comandante português.

Antes de a bola rolar, a partida já foi marcada pela polêmica em torno da utilização da braçadeira “One love”, símbolo de protesto contra a violação dos direitos humanos. A questão política também teve um peso dada a proibição das mulheres iranianas de frequentarem estádios de futebol no país.

A violência com que o regime iraniano tem reprimido protestos sobre a questão das mulheres, desde a prisão e o assassinato de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos, mexeu com o ânimo do elenco, segundo Queiroz.

“Meus jogadores são seres humanos, têm filhos, têm um sonho, que é jogar pelo seu país e para o seu povo. Estou orgulhoso porque eles entraram em campo e lutaram por isso. Marcaram dois gols na Inglaterra nessas circunstâncias”, completou.

A situação do Irã no Grupo B também foi analisada após a derrota. Apesar do revés e de ter um saldo negativo de quatro gols, o treinador vê a equipe com chances de buscar a classificação.

“Está tudo aberto, ainda podemos somar seis pontos e nos classificar. Nós temos lições que foram aprendidas. Temos coisas a melhorar e agora é só lutar pelos objetivos nos dois jogos que restam”, concluiu.

O Irã agora volta a campo na próxima sexta-feira e enfrenta o País de Gales na segunda rodada. O terceiro compromisso nesta fase de classificação vai ser no dia 29 deste mês, contra os Estados Unidos.