O presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo, Edmilson Ferry, o Tôca, reagiu ontem à ocupação da Assembleia Legislativa acusando o novo presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), de retaliação por conta de denúncias levantadas pelos servidores contra ele. Ferry alegou que Rossoni manteria funcionários fantasmas nomeados em seu gabinete, com altos salários. Além disso, acusou ainda o tucano de ter contratado empresas que teriam financiado sua campanha, para serviços na Assembleia.

Segundo ele, a Embrasil, que presta serviços de segurança para a Assembleia, seria financiadora da campanha de Rossoni. Ele quer a Embrasil no nosso lugar para roubar, acusou. Ferry alegou ainda que o Sindilegis tinha documentos comprovando essas denúncias em envelopes lacrados guardados na Assembleia. E alegou que esses documentos teriam desaparecido na ocupação da Polícia Militar ontem. Não sei como a PM deixou a nossa Casa. o que ela fez, o que pode ter sido plantado, disse.

O dirigente afirmou que pretendia encaminhar as denúncias ao Ministério Público. Temos provas. Vamos recorrer. Para que tenham conhecimento de quem é o Rossoni, disse. Segundo Ferry, essas denúncias teriam sido levadas ao tucano antes da eleição da Mesa Executiva. Ele não quis ver quando a gente levou até a ele, alegou.

Questionado sobre o porque dessa denúncias não terem sido trazidas à público pelo sindicato antes das demissões e da ocupação de ontem, Ferry se enrolou. As denúncias vão chegando de forma devagar, formiguinha. Mesmo porque o então hoje presidente da Assembleia vem ameaçando funcionários a meses. Funcionários que vinham limpando a sujeira dele, diz ele, que prometeu revelar quem é a raposa Rossoni, ou Rapossoni.

Em nota oficial divulgada no final da tarde, o Sindilegis nega que integrantes do sindicato tenham ameaçado o novo presidente da Assembleia. Nenhum dos membros do SINDILEGIS-PR portavam armas, apenas tentaram uma audiência com o referido Deputado para conversar sobre a situação funcional dos servidores da Casa Legislativa, havendo testemunhas deste fato, afirma o texto.
A nota diz ainda que a ocupação da Casa pela PM é uma grave violação dos direitos de todos os paranaenses, uma vez que inexiste na legislação previsão da segurança da Casa Legislativa ser realizada por efetivo policial militar, caracterizando desvio de conduta e improbidade administrativa.

O texto reafirma que a ocupação acontece no momento em que o sindicato levantou as denúncias contra o Deputado Valdir Rossoni, funcionários fantasmas lotados em seu gabinete, assessores que recebem acima do teto legal, valores maiores que os ganhos próprios de deputados ou Ministros do Supremo Tribunal Federal, entendendo o SINDILEGIS-PR que a utilização da Polícia Militar decorre de retaliação contra as denúncias feitas.

Rossoni reagiu dizendo estar tranquilo em relação as acusações. Essas denúncias há vários meses ele está ameaçando. Eu não vou ficar batendo boca com um cidadão que era nomeado em cargo em comissão e tinha a família inteira aqui dentro da Casa e ganha mais que um deputado. Eu não temo denúncias, ele que procure o Ministério Público. Ele andava batendo esses documentos no rosto dos deputados, rebateu. Sobre o suposto financiamento de sua campanha pela Embrasil, o tucano ironizou. Eles tem um funcionário aqui. Agora vão ter dez. Se me deram dinheiro para a campanha se deram mal, porque estão ganhando muito pouco dinheiro, afirmou. (IS)