SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A mãe de Lucas Antônio Lacerda Silva, 22, atribuiu a morte do filho à irresponsabilidade do poder público e das empresas responsáveis por gerir a infraestrutura da festa de rua de São Paulo. O jovem estudante foi eletrocutado ao se apoiar em um poste de sinalização durante a passagem de bloco de Carnaval no centro de São Paulo, no domingo (4). 
“Se houvesse um acompanhamento ou monitoramento do que estavam fazendo na preparação desse Carnaval, isso não teria acontecido”, disse Carla Lacerda Silva à TV Globo nesta quinta-feira (8).
No poste onde o universitário recebeu uma descarga elétrica haviam sido instaladas duas câmeras de segurança sem autorização nem fiscalização da gestão João Doria  (PSDB). Ele chegou a ser socorrido na Santa Casa, hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi enterrado nesta terça-feira (6), em Cardoso, no interior de São Paulo, onde mora sua família.
O equipamento foi colocado no poste de sinalização pela GWA  Systems, contratada pela Dream  Factory, empresa escolhida para gerir o patrocínio de R$ 20 milhões do Carnaval de rua, para atender à exigência do edital de chamamento público de instalar 200 câmeras nas regiões de maior concentração de foliões.
Fio encapado foi puxado até um poste de iluminação próximo para ligar as câmeras. De acordo com pedestres que circulam pelo local, o poste de luz passou a dar choque após a instalação feita na última sexta-feira (2). Segundo a prefeitura, porém, as empresas não tinham autorização da CET para instalar as câmeras no poste nem da Ilume para esticar um fio de um outro poste para ligar esses equipamentos.
Três dias após a morte do estudante, na quarta-feira (7), a gestão João Doria (PSDB) mandou vistoriar as 110 câmeras de segurança instaladas pela terceirizada. Após a inspeção, decidiu desligar 38 dos equipamentos, que estavam irregulares. A ordem de vistoria foi dada à AES Eletropaulo, distribuidora de energia, e ao Ilume, departamento de iluminação da cidade.
O dono da GWA Systems, Arthur José Malvar de Azevedo, afirmou que teve apenas três dias para instalar as câmeras de segurança e que a Secretaria de Prefeituras Regionais e a Dream Factory definiram os locais onde deveriam ser instaladas. A pasta negou as informações.