Em alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março, a Coluna Conteúdo Sustentável desta semana será voltada ao tema recursos hídricos. Atualmente, garantir a quantidade e a qualidade da água para as próximas gerações é um dos maiores desafios para os administradores públicos e para a sociedade como um todo. Isso porque, as atitudes da população refletem diretamente na qualidade das nossas águas, tendo em vista que a maioria das cidades paranaenses é cortada por pequenos rios. O Paraná ainda não enfrenta a grave crise hídrica que assombra as cidades do Sudeste do Brasil, mas autoridades e especialistas estão atentos e trabalham para deixar claro que a água é um bem esgotável.  É preciso lembrar, que todas as atividades exercidas pelo homem – como, por exemplo, emissão irregular de esgoto, poluição, entre outras, – refletem na qualidade da água encontrada nas bacias hidrográficas. Além disso, também são fatores de influência sobre os recursos naturais que compõem uma bacia o tipo de solo e relevo, a vegetação local e o desmatamento em seu entorno.

Os recursos hídricos no Paraná
O Paraná possui 16 bacias hidrográficas, divididas em 12 unidades de gestão hidrográficas, onde estão os comitês de bacias hidrográficas – formados por representantes do poder público, iniciativa privada e sociedade civil organizada. Aqui também encontra-se grande parte do Aquífero Guarani, denominação dada à uma das maiores reservas de água subterrânea da região do Mercosul. Além disso, o Paraná é cortado por três grandes rios da região Sudeste: o rio Iguaçu, o rio Paranapanema e o rio Paraná. A quantidade, o nível e a qualidade da água dos rios paranaenses são monitoradas por 600 estações pluviométricas e 280 estações fluviométricas. Já a disponibilidade per capta de água no Paraná ainda é alta, mas preocupa devido ao seu uso intensivo nos processos de produção.

Cobrança pelo Uso da Água
Na tentativa de reduzir o consumo excessivo de água no processo produtivo das grandes indústrias, em 2012, o Instituto das Águas do Paraná, iniciou a cobrança pelo uso da água. Aproximadamente 76 indústrias e grandes usuários que utilizam a água dos rios da Bacia do Alto Iguaçú e Afluentes do Alto Ribeira com finalidades comerciais, em seus processos de produção e operação, (na área que vai da Região Metropolitana de Curitiba até União da Vitória) estão pagando pelo uso da água. Todas as indústrias que captam mais do que 1,8 litro de água por segundo – o que representa a captação aproximada de 75 mil litros de água por dia, devem pagar. Também está sendo cobrado dos usuários que despejam efluentes tratados nos rios e das companhias de saneamento. Todos os recursos arrecadados com a cobrança devem ser utilizados, obrigatoriamente, para a recuperação dos rios da bacia.

Porto de Paranaguá reduz consumo de água em quase 60%
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) apresentou nesta semana um relatório inédito que aponta a redução em 59% no volume de água consumido no Porto de Paranaguá. O levantamento foi divulgado para marcar o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março. Em março de 2014, os 49 locais onde existem saídas de água no Porto geravam consumo de 18.501 mil metros cúbicos de água, equivalentes ao valor de R$484.065. Após a adoção de ações de contenção feitas pela diretoria da Appa o volume de água consumida caiu para 7.613 mil metros cúbicos de água, o equivalente a R$217.875 mil, pagos neste mês de março. Os gastos com a fatura caíram 55%, uma economia de R$2,4 milhões por ano. Fizemos nossa parte, já que cuidar da água é um desafio para os administradores públicos e para a sociedade, diz o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

ANA divulga relatório dos Recursos Hídricos no Brasil
A Agência Nacional de Águas acaba de divulgar o Relatório dos Recursos Hídricos no Brasil – Conjuntura 2014. O documento revela que 16,4 mil km dos cerca de 105 mil km de rios federais no Brasil são considerados de especial interesse para gestão, seja do ponto de vista quantitativo ou qualitativo, o que equivale a 16%. Destacam-se as regiões Hidrográficas Amazônica, Tocantins-Araguaia e Paraguai, onde a demanda pelo uso da água é bem inferior às demais regiões No entanto, rios localizados em regiões metropolitanas, como por exemplo as bacias PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), Paraíba do Sul e Alto Tietê, apresentam qualidade e quantidade crítica, devido à alta demanda e grande quantidade de carga orgânica lançada aos rios. A Região Nordeste possui muitos rios classificados como críticos devido à baixa disponibilidade hídrica. Já o Sul do país possuem demanda quantitativa crítica, por causa da grande demanda para irrigação da produção agrícola.

Paraná irá revitalizar o Rio Iguaçu
A revitalização do Rio Iguaçu está entre as prioridades do Governo Estadual para esta gestão. A informação foi reforçada pela vice-governadora, Cida Borghetti, nesta semana, em evento que reuniu especialistas para debater ações voltadas ao enfrentamento da crise da água. O projeto de revitalização do Iguaçu conta com a participação de várias áreas do Governo, como Sanepar, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e órgão vinculados e a Copel. No momento a fase é de elaboração do projeto e propostas de ações, que depois serão discutidas com todos os segmentos sociais por meio dos Comitês de Bacias