DIMMI AMORA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os protestos de caminhoneiros iniciados na manhã desta segunda-feira (9) se devem à falta de escuta por parte do governo federal, segundo o presidente do Sindicato de Caminhoneiros no Oeste do Paraná, Janir Botega. “O governo está sendo avisado que a categoria não está mais suportando, mas parece que não nos escuta”, afirmou Botega.
De acordo com o sindicalista, ainda não é possível ver os efeitos da paralisação dos grupos contrários ao governo porque muitos caminhoneiros não saíram de casa neste fim de semana com medo de ataques nos bloqueios.
Segundo ele, boa parte está esperando as notícias deste primeiro dia de greve para saber se voltam a trabalhar nesta terça-feira (10).
Segundo Botega, que é um dos representantes da categoria no fórum permanente que o governo criou para ouvir o setor após a greve do primeiro semestre, mesmo sendo fraco no primeiro dia e sem apoio de sindicatos o movimento pode ganhar força porque o governo não cumpriu os acordos com a categoria após o movimento grevista.
De acordo com Botega, um dos exemplos de não cumprimento é o refinanciamento das dívidas dos caminhoneiros. O governo afirmou que daria uma carência de 12 meses nos empréstimos mas, segundo ele, resoluções posteriores acabaram permitindo aos bancos aderir ou não a esse benefício.
Botega afirmou que apenas bancos públicos estão dando a carência de 12 meses para alguns caminhoneiros.
Carlos Roesel, que representa caminhoneiros autônomos que transportam veículos em cegonhas, afirmou que, por enquanto, o movimento é realizado por “poucos caminhoneiros e muitos aventureiros”.
Segundo ele, as estradas nesta segunda foram bloqueadas por algum tempo e depois as pressões dos próprios caminhoneiros fizeram o movimento permitir a passagem.
De acordo com Roesel, a Polícia Rodoviária Federal também não está cumprindo seu papel de retirar os caminhoneiros parados, permitindo que eles continuem fechando as pistas.
SITUAÇÃO
O protesto perdeu fôlego no fim da tarde desta segunda-feira (9). No boletim divulgado pela PRF às 18h, Minas Gerais contava com três cidades em bloqueio parcial, ante quatro do boletim anterior (saiu Igaratinga).
Rio Grande do Sul perdeu uma cidade com bloqueio total (Dom Pedrito). Agora, são 13 pontos sem interdição e dois com bloqueio total.
São dez Estados com protestos em rodovias federais às 18h: 46 pontos de protesto, sendo 4 de interdição total, 22 com bloqueio parcial e 20 sem interdição (apenas aglomeração de caminhoneiros).