A Volvo apresenta o primeiro caminhão autônomo desenvolvido no Brasil já testado em uma operação real e comercialmente viável. O novo veículo é destinado ao segmento sucroalcooleiro, um dos mais importantes do agronegócio brasileiro.
O novo caminhão foi desenvolvido em pouco mais de um ano e testado com grande sucesso nas lavouras da Usina Santa Terezinha, uma das empresas do Grupo Usaçucar, um dos maiores produtores e exportadores de açúcar do Brasil, sediado em Maringá, no Paraná. Conduzido autonomamente, o caminhão roda ao longo das linhas da plantação, sem passar por cima das soqueiras. Com uma precisão de 2,5 centímetros, considerada bastante alta pelos especialistas, reduz a queda da produtividade a valores mínimos.
 Dados disponíveis em pesquisas do setor sucroalcooleiro informam que atualmente, no Brasil, o pisoteio das soqueiras diminui entre 5% e 10% a produtividade anual da cultura. A precisão no trajeto do caminhão na plantação é extremamente importante, porque as soqueiras resultantes da colheita vão se transformar novamente em pés adultos de cana-de-açúcar nas safras subsequentes. O replantio canavieiro é feito a cada cinco anos, com uma média de cinco safras por plantio. Como a colheita ocorre num período curto de tempo, o trabalho tem que ser feito 24 horas por dia, sete dias por semana. Devido a severidade própria da operação, da pouca visibilidade noturna e da palha que cai sobre o solo, o motorista não consegue conduzir o veículo de forma precisa a evitar o pisoteamento dos brotos.
A empresa começa a levar os autônomos para a vida real com operações em circuito fechado, como o canavial brasileiro ou a mina na Suécia, onde a Volvo já tem veículos em circulação (leia aqui). Assim, fica mais fácil reduzir os riscos e, claro, aguardar o avanço da legislação para as vias públicas.