O Censo 2017 do Papagaio-de-cara-roxa mostrou resultados positivos. A espécie, até poucos anos considerada em situação vulnerável pela Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, hoje possui de 7.339 indivíduos em todo o país, o dobro do que foi registrado no primeiro censo realizado no Paraná pelo Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, em 2003.

Realizada pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, a contagem dos papagaios verificou neste ano a maior concentração das aves no litoral do Paraná (5.564), seguido do litoral paulista – que conta com esse tipo de monitoramento desde 2013 – com 1.775 indivíduos. O estado de Santa Catarina, que antes era um dos pontos habitados pela espécie, não teve nenhum registro de papagaio-de-cara-roxa. Segundo a coordenadora do projeto, Elenise Sipinski, os resultados do censo reforçam o quanto as ações de conservação da espécie são importantes. Esses resultados positivos se dão graças às ações que realizamos, como a implantação de ninhos artificiais que auxiliam a reprodução da espécie, os programas de educação voltado a jovens e educadores da região, e iniciativas de combate ao comércio ilegal de animais e ao desmatamento, principais ameaças aos papagaios-de-cara-roxa.

Para a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, os registros do censo reforçam o quanto a preservação da área do Lagamar (que envolve o litoral do Paraná e do Sul de São Paulo) é importante para a sobrevivência da espécie, que se desloca pela região em busca de alimento e abrigo.

Além dos pesquisadores envolvidos no Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, ao todo, o Censo 2017 contou com a participação de mais de 50 voluntários, entre estudantes e moradores da região, que realizaram a contagem dos papagaios por três dias consecutivos.