CLEOMAR ALMEIDA GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) – Por decisão judicial, o adolescente de 14 anos que abriu fogo em uma escola de Goiânia foi transferido, no final da tarde desta segunda-feira (23), da Depai (Delegacia de Apuraçao de Atos Infracionais) para um centro de internação, cujo endereço é mantido em sigilo pela polícia e pela Justiça. Acompanhado de agentes da delegacia, ele usava camiseta e bermuda pretas e calçava chinelos ao entrar num carro da polícia civil. Ele estava com a cabeça e parte do corpo tampadas por um colete de policiais. “O adolescente foi encaminhado ao centro de internação, que está sob a égide do Juizado da Infância e Juventude, e o juiz delibera sobre o tempo de internação”, afirmou o delegado Luiz Gonzaga Júnior, titular da Depai de Goiânia e responsável pelo caso. Na sexta-feira, a juíza Mônica Cézar Moreno Senhorello, em plantão na comarca de Goiânia,determinou a internação do jovem pelo prazo de 45 dias. Caso seja condenado ao final do processo, o adolescente poderá ficar internado por até três anos, conforme estabelece o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Antes da transferência, a advogada da família do autor dos disparos, Rosângela Magalhães, compareceu ao juizado para reforçar o pedido de que ele fosse encaminhado a um local seguro. Em Goiânia, existem dois centros de internação em funcionamento, de acordo com o Gecria (Grupo Executivo de Apoio à Criança e ao Adolescente) da Secretaria Cidadã. O CIP (Centro de Internação Provisória), no Jardim Europa, na região Sudoeste da cidade, tem 60 leitos para adolescentes do sexo masculino. Na última sexta-feira, estava com 78 internados. Na região Oeste da cidade, funciona o Case (Centro de Atenção Socioeducativo), com 170 adolescentes, no total. A unidade tem ala feminina separada, além de ala de segurança, com quartos duplos. Existem outras unidades do Case com alojamento individual, em Anápolis, a 58 quilômetros de Goiânia, e em Formosa e Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.