reprodução/You Tube – Série de confusões na região teve início na madrugada do último domingo

A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e o sindicato da categoria (SindiAbrabar) divulgaram nota lamentando “os fatos ocorridos pela terceira noite consecutiva no Carnaval 2020 no Largo da Ordem em Curitiba”.

A série de confusões na região teve início na madrugada do último domingo, quando comerciantes que têm barracas na tradicional Feira do Largo da Ordem reclamaram de vandalismo. Segundo eles, havia barracas depredadas, fezes, urina, vômito e lixo espalhado pela área da feira. Ainda houve confusão entre pessoas que estavam por ali e agentes da Guarda Municipal de Curitiba, por volta das 6 horas. Na noite de segunda-feira e madrugada de terça, a confusão teria tido início por volta de 22h45 e a Guarda Municipal e a Polícia Militar (PM) teriam utilizado balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Nas redes sociais, algumas pessoas que estavam em bares do Largo da Ordem e entorno relataram estar presas nesses estabelecimentos, tentando se proteger enquanto os ânimos não acalmam.

Segundo as duas entidades, “os conflitos, que afetaram o centro histórico e seu entorno, trouxeram prejuízos enormes especialmente aos membros da categoria”.

“Esperamos que as câmeras de monitoramento do poder público ajudem identificar os autores e o trabalho de investigação vasculhe nas redes sociais os organizadores dos arrastões e badernas”, disse Fábio Aguayo, presidente da Abrabar/SindiAbrabar. A cobrança, de acordo com ele, vem no sentido de demonstrar que as autoridades municipais e estaduais teriam subestimado os acontecimentos da primeira noite.

Para a Abrabar e SindiAbrabar, as equipes de fiscalização de Curitiba e do Estado não estariam preparados para trabalhar no reativo ou preventivo em festas de aglomeração convocadas pela internet em eventos clandestinos sem apoio oficial. “É de conhecimento de todos que a AIFU (Ação Integrada de Fiscalização Urbana), que seria a responsável pela atuação em eventos deste porte, deveria ter agido preventivamente”, dizem as entidades.

Para Aguayo, é necessário um trabalho de inteligência para identificar os autores nas redes. “”Ou ela não trabalha em feriadão ou carnaval na capital?, questiona. “Se for isso, demonstra mais uma vez que (a AIFU) só sabe agir contra nossa categoria e contra empresas de CNPJ”, afirma o sindicalista. 

Segundo ele, ´r preciso rever as formas de atuação e procedimentos e aprimorar os mecanismos de prevenção em aglomerações como estas que ocorreram no Carnaval. “É inevitável que, com a crise e o povo sem dinheiro, deixará de ocorrer nos próximos anos e com isso não vão continuar a irem em eventos fechados ou em outras cidades tradicionais na festa”, diz Aguayo.

Transformação – Na avaliação da Abrabar/SindiAbrabar, ” Carnaval de Curitiba está em transformação como nas principais capitais do Brasil, que nao tinham tradição no período, como é o caso de Belo Horizonte e São Paulo”. O presidente das entidades lembra que fatos semelhantes ocorreram. “Aqui precisamos nos preparar melhor para estes incômodos isolados e receber bem os milhares de turistas e moradores que preferem visitar e ficar para aproveitar a Capital do Paraná”, afirma.