SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Horas antes do que se projeta como a primeira grande greve do governo Bolsonaro, aliados e máquina pública batem cabeça na noite desta quarta-feira (14) e divulgaram informações contraditórias sobre os cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC).

“O presidente Jair Bolsonaro ligou para o ministro Abraham Weintraub na nossa frente e pediu para rever [os cortes]. O ministro tentou contra-argumentar, mas não tem conversa”, afirmou ao UOL o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO). A informação foi confirmada por quatro líderes partidários, incluindo o PSL do presidente Bolsonaro. Um dos que confirmou foi o líder do PROS na Câmara, o deputado paranaense Toninho Wandscheer. “Estivemos reunidos agora a pouco com o presidente da República Jair Bolsonaro e demais líderes da Câmara, onde recebemos a boa notícia que o Governo, sensibilizado com a situação futura das universidades brasileiras, não fará o corte de 30% no orçamento das universidades e instituições de ensino federais. Bolsonaro nos prometeu que não haverá mais corte, nem contingenciamento”, disse ele, em nota.

Mais tarde, o Ministério da Educação, a Casa Civil e lideranças do governo negaram a informação. “O Ministério da Educação esclarece que a informação [de que os cortes foram suspensos] não procede”, escreveu a pasta em nota. “Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável”, afirmou a Casa Civil, e nota. “Atenção! O ministro da Educação, com quem estou agora, garante que o contingenciamento nas Universidades permanece. Informação confirmada pela Casa Civil e pelo nosso ministro Paulo Guedes. O Governo Jair Bolsonaro sabe o que faz. O resto é boato barato”, escreveu no Twitter a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

No meio desse impasse, manifestações em universidades e escolas públicas continuam agendadas para esta quarta-feira (15) em 26 estados – incluindo o Paraná – e no Distrito Federal. A Câmara de deputados convocou o ministro Weintraub para explicar os cortes no setor também para esta quarta.