BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Uma forte chuva no final da tarde de quinta-feira (15) em Belo Horizonte deixou três mortos devido a enchentes na região norte da cidade.

A chuva formou uma correnteza na região das avenidas Vilarinho e Cristiano Machado, arrastando dez carros.

Um carro com duas pessoas, uma mulher de 45 anos e uma criança de dez (supostamente mãe e filha) foi arrastado até a linha férrea do metrô na parte inferior do Shopping Estação. As duas morreram afogadas e a operação do metrô foi suspensa.

A terceira vítima, que teve o corpo localizado somente na tarde desta sexta -feira (16), também ficou isolada dentro de um carro em uma enchente na avenida Álvaro Camargos, na região norte.

A roda dianteira do carro ficou presa em um buraco de galeria de água, cuja tampa foi retirada pela correnteza formada pela inundação.

Ao sair do carro, a passageira Anna Luísa Fernandes de Paiva Maria, 16, caiu no buraco da galeria de água e foi arrastada pela correnteza. Seu namorado, que dirigia o veículo, conseguiu sair do carro sem complicações.

Um bombeiro que estava no local no momento da inundação tentou resgatar a adolescente, mas não conseguiu.

O próprio militar precisou da ajuda de colegas para que também não fosse arrastado. O corpo foi encontra dentro do córrego Vilarinho.

Na manhã desta sexta, um corpo de um homem foi encontrado na Ocupação Vitória, entre Belo Horizonte e Santa Luzia. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele estava embriagado e se afogou ao atravessar um córrego, mas o caso não foi diretamente relacionado à chuva do dia anterior.

De acordo com a Defesa Civil, a quinta-feira foi o dia mais chuvoso do ano em Belo Horizonte: foram 514,8 mm de chuvas. A média da cidade em novembro é 239,8 mm segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia ).

A região mais afetada foi a avenida Vilarinho, em Venda Nova, onde pessoas ficaram ilhadas e os bombeiros usaram barcos no resgate.

Nesta sexta-feira, os serviços de limpeza da prefeitura retiraram 160 toneladas de lama e entulho da estação. Foram utilizados seis caminhões-pipas e cinco caminhões hidrojatos, 69 garis, 72 operadores braçais, cinco retro escavadeiras e oito caminhões basculantes.

Entre 12h30 de quinta e 13 de sexta, a Defesa Civil registrou 39 alagamentos, 12 enchentes ou inundações, dois desabamentos parciais de muros, um desabamento parcial de residência, um desabamento de telhado, um deslizamento de encosta e três quedas de árvores.

Em março deste ano, reportagem da Folha de S.Paulo mostrava como os governos no Brasil estão despreparados para lidar com episódios meteorológicos extremos e desastres naturais cada vez mais frequentes. Desde 2000, desastres naturais já deslocaram 6,4 milhões de brasileiros.

Excepcionalmente, o colunista não escreve nesta edição