Valquir Aureliano

Os jogadores do Paraná Clube adotaram a ‘lei do silêncio’ neste sábado (19 de outubro) e não deram entrevistas antes, durante ou depois do duelo entre Paraná Clube e Figueirense – a partida, disputada na Vila Capanema, terminou com vitória dos catarinenses por 1 a 0. A medida foi uma forma de protesto por conta dos vencimentos atrasados. Os jogadores do elenco estariam com dois meses do direito de imagem e um mês de salário sem serem pagos,. Mas há casos, como admitiu o executivo de futebol paranista Alex Brasil, em que o débito com os atletas é ainda maior.

“Existem duas imagens atrasadas e uma carteira (o salário, propriamente). Mas existem mais coisas atrasadas de pessoas que têm uma sequência maior no clube. Têm atletas que é mais imagem do que duas, jogadores com mais tempo no clube. Mas o que posso frisar é que o presidente tem trabalhado e muito para deixar isso tudo tranquilo, para que não interfira em campo”, declarou o dirigente paranista em entrevista coletiva após a partida disputada na noite deste sábado.

Ainda segundo Alex Brasil, não há previsão sobre quando a situação será normalizada. Mas ele também garantiu que os atrasos não irão, ao menos por enquanto, impactar no momento do time dentro de campo.

“É notório, no futebol brasileiro, nas grandes equipes, a questão financeira. Vem atrapalhando não só a nós, mas a muitas e muitas equipes. Tem de se enaltecer o trabalho do presidente Leonardo de Oliveira, que trabalha 24 horas no clube em busca de uma melhoria. A maioria dos clubes de Série A e Série b convivem com esse problema. Mas também tenho de enaltecer o trabalho desse grupo. Tenho de deixar muito claro ao torcedor que esses atletas, essa comissão técnica e essa diretoria trabalham e muito. Respeito e sei da dedicação desses atletas. Eles têm o meu respeito e espero que isso possa ser resolvido o quanto antes.”

Por outro lado, o dirigente pareceu não aprovar a forma como os jogadores decidiram manifestar a insatisfação com relação aos vencimentos atrasados. Ele revelou não ter sido consultado e destacou que talvez não fosse a medida mais adequada para o momento, mas também tratou de ressaltar que respeitava a decisão dos atletas, embora pudesse não concordar com elas.

“Talvez tenha sido um momento inoportuno, mas respeitamos. Em nenhum momento fui consultado sobre isso, mas a decisão do grupo tem de ser respeitada. Talvez pudesse ter sido de outra maneira, para não ter o problema exposto dessa forma, porém eu respeito. Esses caras (jogadores), o que eles têm feito… Eu não tenho dúvida disso. E muito mais dedicação existe do presidente Leonardo, que tem feito um belíssimo trabalho em busca de recursos.”