Gerlado Bubniak / AN-PR – Represa do Passaúna: retrato da estiagem na Capital

Em março, ao mesmo tempo em que o novo coronavírus começava a circular pelo Paraná, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) lidava com uma outra crise, a hídrica, e implantava em Curitiba o rodízio de abastecimento de água na RMC. Agora, um levantamento feito por meio da base de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ajuda a dar a dimensão da seca que atinge a capital paranaense.

Desde 1961, primeiro ano com dados disponíveis no BDMEP (Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa), apenas em duas ocasiões Curitiba teve índices de precipitação de chuva (em milímetros) menores do que os verificados neste ano, entre os meses de janeiro e maio.

Até o último mês, a estação do Inmet na capital paranaense havia registrado um acumulado de 188 milímetros de chuva. A média histórica para o período é de 665 mm, o que significa que em 2020 choveu, nos cinco primeiros meses do ano, 71,7% menos do que a média.

Seca mais dramática do que essa só se viu há 40 anos, nos anos de 1980 e 1981. No primeiro, a precipitação acumulada até maio foi de 115,4 mm. No segundo, apenas 27,7 mm. O quarto pior resultado, curiosamente, também foi registrado nos anos 1980, mais precisamente em 1985. Ainda assim, porém, a precipitação acumulada naquele período foi de 283,6 mm, 50,85% a mais do que o resultado até maio deste ano.

Para piorar, a análise histórica dos dados mostra que não há motivo para grande otimismo com relação aos próximos meses. É que historicamente são os meses de janeiro e fevereiro os mais chuvosos, seguido por dezembro, e outubro. Em junho costuma chover mais do que nos meses de abril e maio, mas habitualmente os meses de outono e inverno são meses de estiagem.