Curitiba é uma das três cidades brasileiras com casos suspeitos de coronavírus. A informação é do Ministério da Saúde. Nesta terça-feira (28) pela manhã, foi confirmada a primeira suspeita de uma paciente de Belo Horizonte (MG). No começo da noite, o Ministério informou que foram notificados, até as 17 horas, outros dois casos suspeitos, em Curitiba e Porto Alegre (RS).

Os três casos suspeitos da doença são monitorados pelas autoridades de saúde brasileiras. Os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019 (o novo coronavírus), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, apresentaram febre e, pelo menos um sinal ou sintoma respiratório, e viajaram para área de transmissão local nos últimos 14 dias.

A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, por isso, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade. Com quase três mil casos confirmados, segundo o boletim da OMS de 27 de janeiro, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença. A entrada de cidadões chineses não está proibida no Brasil.

A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba confirmou a notificação do Ministério da Saúde, e que o caso aparentemente se enquadra nos sintomas do coronavírus, mas ainda faltam alguns procedimentos e exames clínicos para confirmar ou descartar a doença. A secretaria monitora o caso.

Barreira

Mais cedo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou sobre a doença e as medidas a serem adotadas no País. “O que muda é o grau de vigilância nessa fase. Aumenta a nossa vigilância de portos e aeroportos, triagem de pacientes, o uso de determinado equipamentos de proteção, mas o nosso foco principal nesta fase é a vigilância”, disse.

“Nessa fase a gente tem um olhar com muito mais atenção para dentro do país, para identificar se o vírus está circulando em território nacional, e outro [olhar] muito presente em informações técnicas e científicas a respeito do comportamento do vírus”, disse Mandetta.
Com estes casos de coronavírus no País o ministério elevou o nível de atenção para alerta de perigo iminente para a presença do vírus no país.

Sintomas da coronavírus

Os sintomas podem parecer como o de uma gripe ou resfriado comum, o que dificulta o diagnóstico, por isso, é importante que quem esteve em viagem recente para a região de início de circulação do vírus, a China, comunique aos profissionais de saúde

“Informar a possibilidade de exposição ao vírus é fundamental para a avaliação do caso, uma vez que são sintomas semelhantes a outras doenças respiratórias”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Alcides Oliveira

Os sinais comuns da infecção incluem sintomas respiratórios, febre, tosse e dificuldade para respirar. Nos casos mais severos, a infecção pode evoluir para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave e até óbito

Segundo autoridades chinesas, muitos dos pacientes diagnosticados inicialmente tiveram alguma ligação com um grande mercado de frutos do mar e animais vivos, sugerindo disseminação de animais para pessoas

Mas com a crescente confirmação de casos, conclui-se que a transmissão agora é de pessoa para pessoa. O coronavírus pode ser transmitido de forma semelhante à influenza ou outros vírus respiratórios, pelas gotículas respiratórias, por tosses e espirros em curta distância, ou contato com objetos contaminados pelo vírus

Não há tratamento antiviral específico recomendado para a infecção 2019-nCoV. As pessoas infectadas com 2019-nCoV devem receber cuidados de suporte para ajudar a aliviar os sintomas

Confira dicas de prevenção (que são as mesmas para a influenza)

– Lavar as mãos com frequência, ou utilizar álcool 70%, principalmente antes de consumir algum alimento
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal
– Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
– Manter ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações
– Pessoas com sintomas de infecção respiratória aguda devem praticar etiqueta respiratória (cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, preferencialmente com lenços descartáveis e após lavar as mãos)