Robson Mafra – Manifestação em prol de Marcelo Arruda

Curitiba foi palco, neste domingo (17), de uma manifestação de justiça para Marcelo Arruda. Ele era guarda municipal em Foz do Iguaçu (Oeste do Paraná) e filiado ao PT. Acabou foi morto a tiros no último sábado (9) pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro.

A manifestação foi na Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba, com centenas de pessoas. Houve pedidos para que fosse feita justiça. Embora a Polícia civil tenha afirmado, na sexta-feira (15), que o crime não teve motivação política, as pessoas presentes na manifestação afirmavam o contrário.

“Os atos são uma reação pacífica à morte brutal do dirigente petista e sindicalista de Foz Marcelo Arruda no último sábado. Pai de 4 filhos, Marcelo foi assassinado durante sua festa de aniversário pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, policial federal penitenciário, que ele não conhecia”, dizia o texto da manifestação.

Outras cidades, como Foz do Iguaçu, São Paulo e Porto Alegre, também fizeram manifestações em prol de Arruda neste domingo.

O caso

No sábado (9), Arruda foi morto a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha decoração com o tema do Partido dos Trabalhadores (PT), na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. O atirador era Jorge Guaranho. Momentos antes do crime, ele havia interrompido a festa e ameaçado os presentes. Guaranho saiu, mas depois voltou com uma arma, entrou na festa e atirou. Arruda também chegou a sacar uma arma e reagiu. O petista morreu, e o bolsonarista ficou gravemente ferido e foi hospitalizado. A prisão preventiva dele foi decretada.

Na sexta-feira (15), a Polícia Civil declarou que a investigação estava encerrada e que o crime não tinha motivação política. De acordo com a investigação, o atirador foi ao local onde cometeu o crime para “provocar” os participantes da festa. Só que a Polícia Civil entende que não há prova suficientes para constatar crime de ódio com motivação política. O irmão de Arruda e o PT afirmam que o crime teve motivação política.

Contudo, mais, tarde, a delegada Camila Cecconello, responsável pelo caso, admitiu que a perícia no celular do bolsonarista Jorge Guaranho pode trazer fatos que venham a alterar os rumos da investigação. Essa perícia ainda não foi feita e, como o prazo para entregar o inquérito terminaria na próxima terça-feira (19), ela disse que o inquérito foi finalizado com os elementos já apurados para evitar a soltura do assassino.