Divulgação – Rodrigo Swinka

Há 20 anos o curitibano Rodrigo Swinka ganhou uma nova chance de vida. Ele fez um transplante de rim. Assim como ele, milhares de pessoas têm essa segunda chance. Porém, mesmo com o aumento no número de transplantes ano a ano, apenas no 1º semestre de 2018 morreram 1.286 pessoas na fila do transplante.

Swinka, que recebeu o rim de sua mãe, é uma das pessoas que vêm tentando aumentar a conscientização em torno dessa causa. Além de ser o novo representante do Paraná na Associação Brasileira de Transplantados (ABTX), Rodrigo Swinka resolveu encarar um desafio para chamar a atenção para o assunto. Ele vai ser o único brasileiro a competir na modalidade triathlon nos IX Jogos Latino Americanos para Transplantados, que ocorrem em Salta (Argentina), de 30 de outubro a 04 de novembro.

“Assim que recebi a notícia que precisaria de um transplante no rim, fiquei meio anestesiado mas lembro de ter encarado bem. Minha única pergunta foi ‘Vou poder praticar esportes?’. O médico respondeu SIM, mas não poderá ser Triatleta. Aquilo me deu uma sensação de desafio, dentro dos meus recém completados 18 anos. Desde lá eu venho sempre com aquele sentimento de desafiar o médico e também pensando em como ajudar as pessoas com o mesmo problema que eu. Esses Jogos são o início de uma grande jornada pessoal em busca da conscientização”, comenta Rodrigo Swinka.

De acordo com Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, os hospitais brasileiros identificaram nos primeiros seis meses de 2018, 51,1 possíveis doadores para cada 1 milhão de pessoas, mas o número de pacientes que realmente tiveram seus órgãos doados foi de 17 a cada 1 milhão de pessoas.

Dentre os fatores que travam o aumento da doação de órgãos estão a contraindicação médica, parada cardíaca ou a não confirmação da morte encefálica. Os três representam 43% do total de causas para a não concretização da doação. Esta é a mesma porcentagem de casos em que a família do paciente com morte encefálica não permite a doação.

O curitibano ainda conta que Patrícia Fonseca foi uma de suas grandes inspirações. Ela é atleta de triathlon há quase três anos, quando mudou de vida após fazer um transplante de coração. “Um ano depois de fazer o transplante eu já estava correndo. Com um ano e quatro meses disputei minha primeira corrida de rua. Nem todo mundo sabe, mas o esporte é um grande aliado para a recuperação no transplante”, conta Fonseca que divide entre treinos, sua rotina profissional como economista e em sua ONG Sou Doador.org, que faz palestras de conscientização e empoderamento do transplantado.

OS JOGOS
Os Jogos Latino Americanos para Transplantados Salta – Argentina acontecem de 30 de outubro a 04 novembro. A delegação brasileira é formada por 13 atletas, dentre eles transplantados de coração, rim, medula óssea e outros. Rodrigo Swinka é o único brasileiro a participar na categoria masculino transplantados 40-49 anos na modalidade Triathlon – 5 km de corrida, 30 km de ciclismo e 400 m de natação.

Os jogos são organizados pela (ADETRA – Argentina) que faz eventos esportivos internacionais, a fim de demonstrar o sucesso da cirurgia de transplante e da sensibilização para a necessidade de aumentar a doação de órgãos. Os jogos de verão acontecem a cada dois anos e na última edição participaram mais de 2 mil atletas de 52 países. A participação brasileira foi de seis atletas que levaram para casa 10 medalhes – três ouros, cinco pratas e dois bronzes.

“Além de ser uma forma de chamar a atenção do assunto, esses jogos são uma grande celebração à vida. Pois é disso que a doação de órgãos trata. Cada doação pode salvar até oito pessoas. É um ato de heroísmo”, afirma Swinka.

Para se preparar para a prova, o paranaense tem realizado treinos diários com o acompanhamento da assessoria esportiva Webtreino, concedida pelo Clube Curitibano, um dos apoiadores da jornada de Swinka junto com a AGL Incorporadora, que arcou com a passagem e inscrição do atleta na competição.

“Para nós do Curitibano é extremamente importante estar junto com esta causa para ressaltar a importância da relação do esporte com a saúde. O Rodrigo comentou que sua saúde melhorou depois de praticar mais esporte. Ou seja, um transplantado pode levar uma vida normal e vir até a ser um atleta, como é o caso dele. A doação de órgãos é vida e saúde. Todos temos que nos conscientizar”, comenta o diretor de Esportes do Curitibano, Brasilio Vicente de Castro Neto.

Para Luiz Antoniutti, proprietário da AGL, o desafio de Swinka deve ser encarado como um desafio para todos. “Essa ação é sobre a vida. Ou seja, esclarece para a sociedade que muitas pessoas podem ser salvas através do transplante, podem renascer, assim como o Rodrigo. Somos muito felizes em participar de ações de esclarecimento como esta que visam o aumento do número de doadores de órgãos”.

A rotina de Rodrigo inclui treinamento diário alternando entre natação, bike  e corrida, aumentando a intensidade progressivamente,  sempre respeitando os limites, boa alimentação com pouco sal e com pouca proteína para preservar o rim transplantado.