Divulgação/Coritiba – Umberto Louzer: em busca de um time mais compacto

O diretor de futebol do Coritiba, Rodrigo Pastana, e o técnico Umberto Louzer usaram frases otimistas para defender o desempenho da equipe nas oito primeiras rodadas da Série B. Na última quarta-feira (dia 26), Pastana afirmou que o time estava entre os primeiros em dois rankings de desempenho. “Acho que o time ficou devendo, mas se a gente for ver estatisticamente, fomos o time que mais criou chances de gol e o segundo mais ofensivo”, declarou o diretor, em entrevista coletiva.

Na sexta-feira (dia 28), Louzer citou outro dado positivo. “O Coritiba é a terceira equipe que mais finaliza”, disse, em entrevista coletiva.

Os números citados pelos dois não conferem com os dados apresentados pelo Footstats. Em finalizações, o Coritiba é o sexto colocado, com 13,3 por jogo. O líder é o Bragantino, com 16,5. Em finalizações certas, o Coxa aparece na 9ª colocação, com 4,4 por jogo. O primeiro colocado também é o Bragantino, com 6,4.

O Footstats não tem um ranking de “chances criadas”. No entanto, o Coritiba também aparece em posição modesta em estatísticas relativas à construção das jogadas. O time paranaense é apenas o 9º colocado em posse de bola, com 50%. Os dois melhores da competição nesse quesito são o Bragantino (58%) e a Ponte Preta (56%). Em precisão de passe, o Coxa é o 4º lugar, com 89,2%, atrás do Vila Nova (90,5%), da Ponte Preta (90,2%) e do Bragantino (90,0%).

O que pode explicar as declarações de Pastana e Louzer é a metodologia. O Footstats não é a única base de dados para análise de desempenho na Série B. O Coritiba tem sua própria equipe de análise de desempenho, que pode ter coletado dados diferentes do Footstats.

AJUSTES
O restante do discurso de Louzer, porém, não é muito otimista. O treinador admite que a equipe precisa de mudanças significativas na parte tática. Segundo ele, essa alteração na postura do time está sendo feita durante a pausa para a Copa América. “A gente vem corrigindo essa melhora de domínio e de passe, essas finalizações ao gol, para ser mais efetivo, para traduzir aquilo que a gente constrói em gols. E, com esse ajuste de compactação, tenho certeza que entraremos no G-4”, disse. “A gente tem dado ênfase nessa última parte do campo, nas finalizações. O Coritiba é a terceira equipe que mais finaliza. Podemos aumentar ainda mais esse número porque, no meio-campo, temos perdido alguns domínios e alguns passes. A gente pode melhorar consideravelmente esse número de finalização e, claro, a finalização, a efetividade ali”, explicou.

Uma mudança que pode trazer mais posse de bola e maior número de finalizações é jogar com o time mais avançado dentro de campo, com todas as linhas (defesa, meio e ataque) com postura mais ousada. “Que a gente tenha as linhas mais próximas e mais altas e possa ter o controle da partida. Também (temos que corrigir) na pós-perda, no campo ofensivo. Foi onde sofremos os gols, nos momentos que a gente estava com a posse, tomamos uma decisão errada e sofremos esse contra-ataque. Ou quando estava em superioridade no campo defensivo nosso, porém não tivemos uma abordagem mais forte para retomar essa bola”, argumentou.