Franklin de Freitas – Bazar da Rede Solidária: preços a partir de R$ 3

Comprar produtos diversos por preços abaixo do mercado e ainda fazer o bem, ajudando instituições do terceiro setor a manter suas atividades. Fazer isso pode parecer algo surreal, mas não é. E em Curitiba são diversas as instituições com bazares, que comercializam produtos doados pela Receita Federal ou mesmo pela própria comunidade, sempre por preços menores do que aqueles que você encontraria no comércio tradicional.

Um dos exemplos é o Bazar Solidário, promovido pela Fundação Pró-Renal e aberto ao público em geral. O bazar, que fica na Avenida Vicente Machado, 2190, no bairro Batel, atende de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. Roupas, calçados, artigos de cama, mesa e banho, utilidades domésticas, livros e móveis são alguns dos produtos que podem ser encontrados no local, tudo doação da própria comunidade.

Com preços a partir de R$ 3, o bazar ainda está com 35% de desconto até o dia 31 de julho, em celebração aos 35 anos da Pró-Renal, cujo aniversário será celebrado em 16 de julho. O valor arrecadado é destinado ao tratamento dos pacientes da Fundação – por ano, em torno de 10 mil pessoas são ajudadas.

“Como tudo o que recebemos vem de doações, colocamos preços simbólicos. Aceitamos todo tipo de item em condições de uso. Agora no inverno estamos com necessidade grande de roupas quentes, cobertores, calçados, botas. Tudo é muito bem vindo. Alimentos também recebemos, como leite em pó, café, achocolatado”, explica Claudia Melo, coordenadora do Bazar, criado em 2008 com a finalidade de dar destino adequado às doações recebidas pela Pró-Renal e também para incrementar a receita da Fundação.

A Associação Rede Solidária, fundada em 2006, é outra instituição do terceiro setor que realiza bazares com frequência – toda segunda e quarta, na Rua Raul Joaquim, 495. Além disso,no último sábado a Associação, que atende quatro entidades assistenciais, realizou um bazar especial,no qual ofertou cerca de mil produtos apreendidos pela Receita Federal e doados para a instituição.

“Foi nosso primeiro bazar da Receita, com produtos apreendidos. Deu bastante movimento, distribuímos 750 senhas e teve movimento direto, das 9 às 17 horas”, conta Letícia Moritz, presidente da Rede Solidária. “Os bazares que mantém o projeto vivo. Nossa diretoria é toda voluntária e dependemos dedoações para nos manter, temos funcionários CLT e financiamos os projetos de outras instituições. Com o dinheiro do bazar da Receita vamos investir em infraestrutura para a própria Rede Solidária. Jáo do Bazar de segunda e quarta revertemos tudo que arrecadamos para outras instituições”, complementa.

Rede Solidária entrega cheque para insituições

Hoje, inclusive, a Associação Rede Solidária fará a entrega de um cheque de R$ 14 mil para cada uma das quatro instituições apoiadas: a Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial (Afece), a Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe), o Hospital Pequeno Príncipe e a Sociedade de Socorro aos Necessitados.

A Rede, conta Letícia, surgiu em 2006, a partir de uma iniciativa de dez traidicionais imoiliárias de Curitiba. Em princípio, pegavam os objetos que não seriam utilizados nos imóveis comprados por seus clientes e revendiam. Hoje, já aceitam doações de qualquer pessoa física ou jurídica que queira ajudar.

Já no caso das instituições apoiadas pela Rede, ela explica ainda que a doação não é feita ‘de olhos fechados’. “Apresentam projeto antes,nossa diretoria aprova e depois também temprestação de contas, com notas fiscais, serviços executados. Tem todo um acompanhamento, não doamos sem saber para onde vai o dinheiro”, explica a presidente da Rede Solidária.

Repasses da Receita Federal têm regras especiais

Nos bazares com produtos doados pela Receita Federal, Letícia Moritz, presidente da Rede Solidária, conta que há algumas restrições impostas pela própria Receita, como a exigência de que o consumidor apresente o seu CPF, adquira no máximo R$ 700 em produtos e ainda a proibição de que o objeto comprado venha a ser revendido por alguma empresa posteriormente.

Já para alguma instituição receber essa doação, Letícia explica que a burocracia é grande. “A primeira coisa que tem de fazer é provar a idoneidade da instituição. Faz um dossiê com a parte financeira, ata de diretoria, diversos documentos. Nós, por exemplo, estávamos há um ano e meio tentando pegar mercadoria e só em junho foi liberado a carga. A própria Receita escolhe o que vai repassar, nós só temos acesso aos produtos na hora da entrega. Depois ainda fazemos prestação de contas, entregamos todos os recibos com CPF, digo para quem vendi, onde vou investir o dinheiro. São bem criteriosos com relação a isso”, comenta Letícia.