SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A decisão do presidente Jair Bolsonaro de assinar decreto que extingue o horário de verão foi bem recebida por parte dos comerciantes. Outros consideram que seu impacto será quase nulo.


O motivo da satisfação está em linha com a justificativa de Bolsonaro, para quem a alteração do horário mexe no relógio biológico dos trabalhadores.


“Os comerciantes acham que vai causar menos incômodo se os horários continuarem”, disse Nelson Tranquez Junior, presidente Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro.


Segundo Tranquez, mudanças no horário de funcionamento nos primeiros horários da manhã ou no fim da tarde não provocam impactos significativo nos negócios porque a parte mais forte do movimento acontece ao longo do dia, principalmente no atacado.


“Além disso, não tememos impacto de luz do dia sobre a segurança porque, apesar da localização próxima à Cracolândia, a região é bem policiada”, diz Tranquez.


Alguns donos de bares diziam ser a favor da manutenção do horário de verão porque, com mais luz do dia, as pessoas ficam mais propensas a fazer happy hour. Na prática, porém, o impacto econômico era pequeno, diz Percival Maricato, presidente da Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).


Nos anos 1980, a implantação da medida beneficiava o comércio de rua porque permitia um aproveitamento maior da luz do sol, com economia de energia, diz Carvalho. Mas atualmente, com a expansão dos shoppings fechados, a luz do dia estendida pelo horário de verão já não importa, de acordo com Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP.


“Os custos com os dispositivos de iluminação e climatização que se usam hoje em dia anulam aquela economia trazida pelo horário de verão no passado. A medida hoje é neutra”, afirma.


“A medida é quase nula, no comércio não afeta nada”, afirma Luiz Augusto Ildefonso da Silva, diretor da Alshop (associação de lojistas de shopping).


“Embora muitos achem prazeroso voltar para casa com mais claridade, vários trabalhadores saíam de casa muito cedo, num período escuro e de insegurança, então não compensa [manter o horário de verão].”