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Com a pandemia e a necessidade de se praticar o isolamento social e evitar aglomerações, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) precisou ser adiado para o final de janeiro de 2021. O tempo a mais que estudantes ganharam não significa necessariamente uma vantagem, já que a suspensão das aulas presenciais deve trazer prejuízos para alunos em todo o país. Em debate promovido pelo Colégio Positivo, Curso Positivo e pelo Sistema Positivo de Ensino para discutir a melhor forma de minimizar os impactos do atual contexto para que os jovens não saiam prejudicados, a professora e membro do CNE (Conselho Nacional de Educação), Maria Helena Guimarães de Castro, disse que é muito difícil que as escolas consigam cumprir com o currículo de 2020 até o final deste ano. Uma das saídas indicadas por ela para que estudantes consigam superar essa defasagem é a leitura. “Os jovens precisam ler muito. A leitura é o fator mais importante para o estudante ter sucesso no Enem ou em qualquer outro concurso de entrada no Ensino Superior. A leitura é a macro competência. É ela que vai ajudar o estudante a compreender o enunciado de todas as questões, a escrever melhor e a produzir uma redação mais coerente”, destacou a professora e socióloga responsável pela organização e implantação do Enem, em 1998, quando presidiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

A reforma do Ensino Médio deve aumentar ainda mais os desafios de jovens frente ao Enem. De acordo com o diretor editorial do Sistema Positivo de Ensino, Joseph Razouk Junior, muitas escolas já começam a implantar a nova proposta a partir de janeiro de 2021. “O Sistema Positivo de Ensino já implanta a nova grade curricular para alunos da 1ª série do Ensino Médio em 2021, e o Enem ainda terá um prazo para se adaptar a essas mudanças. Certamente, enquanto o Novo Ensino Médio e o Enem não estiverem alinhados, os alunos terão mais esse desafio pela frente”, alerta Razouk. Para ele, além do estudo sistemático, a leitura é a principal aliada dos jovens nesse contexto. “Não tem outra alternativa para o jovem a não ser ler muito. Não existe mágica que faça alguém que não escreve bem durante todo o ano todo fazer uma boa redação no dia da prova. Produz um bom texto quem lê muito, quem fala bem, quem argumenta bem. E isso é possível e está acessível a todos. Ler é para todos”, defende Razouk. O professor do Curso Positivo, João Pedro Mateos, destaca ainda que redação requer técnica – e tudo que depende de técnica exige muito treino e prática. “É preciso ler muito e escrever muito. A leitura vai garantir o repertório necessário. Todo conhecimento é válido na hora da redação, inclusive para a compreensão dos enunciados, para entender o que o texto da questão está pedindo”, completa Mateos.

De acordo com o diretor geral do Colégio Positivo, Celso Hartmann, o estímulo à leitura é um dos pilares do trabalho desenvolvido por professores de todas as unidades da instituição. “É por meio da leitura que vamos formar indivíduos bem preparados para um mundo cada vez mais exigente e complexo. Ler muito – e sempre – torna as pessoas mais críticas, com conhecimento e capacidade de expressão e argumentação, e isso, com certeza, faz a diferença na hora de suprir outras defasagens ou encarar uma avaliação, uma entrevista de trabalho e outros desafios que o mundo adulto reserva para esses jovens”, completa o diretor.