Divulgação – ‘Isto é Pelé ́

No dia da celebração do cinema brasileiro, o Itaú Cultural lançou, em 19 de junho, sua plataforma de streaming Itaú Cultural Play. Com acesso gratuito, o catálogo inicial reúne 135 títulos dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, abrangendo filmes de ficção, documentários, séries documentais e de ficção, animações para crianças e para adultos, produções experimentais, entrevistas, palestras, curtas e longas-metragens. O endereço para cadastramento e acesso é itauculturalplay.com.br.

‍A Itaú Cultural Play estreia com mostra dedicada a Glauber Rocha e homenagem ao produtor Luiz Carlos Barreto, dando visibilidade e acesso a produções históricas. Também traz cinema contemporâneo, com filmes reconhecidos pela crítica e premiados em festivais, obras de cinema independente, filmes universitários e mostras temáticas, com parceiros institucionais e de festivais audiovisuais.

‍Os títulos em cartaz perpassam dos clássicos ao cinema contemporâneo e obras mais recentes e de autoria negra e indígena. A grade também garante equilíbrio de gênero por trás das câmeras, com filmes realizados por 56 diretoras e 64 diretores.

‍“Vamos trazer a diversidade da nossa cinematografia para o grande público, gratuitamente, cumprindo nosso compromisso de ampliar o acesso à cultura brasileira”, diz Eduardo Saron, diretor da instituição. No futuro, a plataforma poderá ter salas com sessões especiais pagas, sem afetar o propósito central de ofertar conteúdo gratuito.

A diversidade é outro eixo do projeto. “A plataforma tem o cuidado de cobrir a diversidade temática e geográfica da produção nacional e aproximar o público deste conteúdo”, complementa Saron.

‍A chegada do Itaú Cultural ao mercado de streaming culmina um longo ciclo de relação da instituição com o mundo da arte e o uso intenso de tecnologia. A organização tem atuação histórica (veja na Linha do Tempo), desde a sua criação, quando produziu uma série de documentários chamada Panorama Histórico Brasileiro (PHB), depois distribuída em escolas públicas quando elas ainda recebiam filmes em VHS para apoio pedagógico.

‍Estão em seu percurso, ainda, outras ações como o apoio à produção audiovisual, por meio, por exemplo, do programa Rumos Itaú Cultural – como Edna, de Eryk Rocha, Almofada de penas, de Joseph Specker Nys, Ela volta na quinta, de André Novais – e produções próprias, como a série ICONOCLASSICOS com filmes sobre o dramaturgo Zé Celso, dirigido por Tadeu Jungle e Elaine Cesar; Rogério Sganzerla, dirigido por Joel Pizzini; Nelson Leirner, filmado pela diretora Carla Gallo; uma livre inspiração de Cao Guimarães da obra Catatau, do poeta Paulo Leminski, e um filme sobre Itamar Assumpção, dirigido por Rogério Velloso.

Seleção das principais obras de Glauber Rocha e produções de futebol estão no catálogo de filmes

Uma curadoria apurada na seleção de filmes de Glauber Rocha, pinçada da primeira à última produção de sua obra, e a reunião dos principais longas-metragens produzidos ou dirigidos por Luiz Carlos Barreto, celebram a história do cinema brasileiro no lançamento do streaming Itaú Cultural Play.

De Glauber, não poderia faltar, por exemplo, o drama clássico de 1964 ‘Deus e o diabo na terra do sol’, com Geraldo del Rey, Lídio Silva, Maurício do Valle, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Sônia dos Humildes no elenco. O filme, que coloca o espectador no centro do drama sertanejo, foi exibido em Cannes, em 1964, quando ele tinha 25 anos.

Entre as produções realizadas ou produzidas por Luiz Carlos Barreto, que constam do catálogo do Itaú Cultural, vale destacar Garrincha, alegria do povo, documentário clássico produzido por ele e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade em 1962. Este filme marcou um estilo inovador, para a época. Tanto na montagem, quanto na fotografia e com a entrevista e a voz em off, abriu novos caminhos para o gênero no Brasil.

Também cabe mencionar, Isto é Pelé, direção de Barreto ao lado de Eduardo Escorel, em 1974. Trata-se de uma compilação incansável de lances e gols do rei brasileiro do futebol. O documentário é considerado uma obra-prima do gênero futebolístico, uma aula magna sobre o futebol-arte praticado por Pelé, três vezes campeão do mundo pela seleção brasileira.

MAIS atrações Seleção dos filmes

Um dos diferenciais da Itaú Cultural Play também é a possibilidade de exibir a produção audiovisual realizada por instituições culturais de todo o Brasil, com recortes curatoriais próprios. No catálogo inicial, traz filmes selecionados por instituições parceiras de suas próprias produções – a Festa Internacional Literária de Paraty (Flip); a São Paulo Companhia de Dança, os institutos CPFL e Alana, além de dois canais de televisão, Arte1 e TVE/Bahia. Outras curadorias, nesta primeira mostra, vêm da programação de três festivais de cinema: forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte, que fez a seleção de filmes de autoria indígena; IN-Edit – Festival Internacional do Documentário Musical e o É Tudo Verdade, que traz uma retrospectiva de curtas-metragens premiados em suas edições. Já são cerca de 30 parceiros acordados até agora, para organizar novas programações – entre eles, o Instituto Moreira Salles, Canal Futura, Sesc, São Paulo e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que apresentarão suas produções mais adiante.

Além destes recortes, a seleção de filmes é cuidadosamente organizada pela equipe do Itaú Cultural. O catálogo inicial inclui 16 mostras temáticas, 56 longas-metragens, 50 curtas-metragens, 36 ficções, 69 documentários, 15 filmes de animação para adultos e para crianças.

‍Nesta plataforma, os filmes são disponibilizados com informações sobre as obras, sinopses e “porque ver”, ajudando o público a fazer descobertas e a tomar contato com as obras de forma contextualizada. Para complementar o conhecimento sobre os diretores, atores e filmes, a plataforma dá acesso aos conteúdos do próprio Itaú Cultural em seus canais, como a Enciclopédia, o site, a página no YouTube e os podcasts que produz.

‍Um exemplo é ‘A negação do Brasil’, documentário dirigido em 2000 por Joel Zito Araújo. Agregados à exibição do filme, a plataforma disponibiliza conteúdos relacionados e outros que encaminham para a Enciclopédia, em textos sobre a vida e obra do diretor, além de biografias do elenco. Também direciona para audiovisuais do canal do YouTube com debates sobre o cinema de Zito e outros sobre a negritude no audiovisual brasileiro, todos produzidos pelo Itaú Cultural.

‍Outras mostras destacam diretores mais alternativos ou independentes, como Carlos Nader, Joel Pizzini, Júnia Torres, Otto Guerra, Joel Zito Araújo. Um dos programas permanentes é reservado ao cinema de autoria negra, começando por André Novais Oliveira, Viviane Ferreira, Joel Zito Araújo, Juliana Vicente e Zózimo Bulbul.

A representação dos estados brasileiros está nas mostras de autoria indígena e do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com a seleção de filmes feita por convidados do universo audiovisual.

Animações ganham espaço no carrossel permanente da plataforma Itaú Cultural Play, sejam para crianças, com o Cine Curtinhas, sejam para adultos, que inaugura com uma série de filmes de Otto Guerra.