Valquir Aureliano – Pedro Lourenço

O jovem Phelipe Francisco Lourenço, 25 anos, faleceu na madrugada deste domingo, após uma festa universitária na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. Ele foi encontrado desacordado por volta da 1h30 da madrugada no lago da Ópera de Arame, no bairro Abranches, após participar do festival Muvuca. Lourenço chegou a ser encaminhado à Unidade de Pronto-Atendimento do Boa Vista, mas morreu no caminho. Familiares e amigos de Phelipe  fizeram um manifestação na frente da Ópera neste Dia dos Pais, cobrando explicações sobre o que aconteceu. Segundo eles, o rapaz tinha hematomas no corpo, especialmente no braço, o que levanta a possibilidade dele ter sido agredido antes de falecer (algo que ainda será investigado pela Polícia Civil). 

Jovem que morreu após festa na Pedreira, em Curitiba, sofreu queda, afirmam organizadores

O protesto começou por volta de 10h30 deste domingo e algumas pessoas chegaram a queimar alguns pneus e tapetes na entrada da Pedreira, ainda durante a manhã. Seguranças do Parque da Pedreira teriam reagido e manifestantes relataram ter sido agredidos. Na sequência, a administração do Parque da Pedreiras e organizadore do Muvuca receberam os familiares e conversaram com eles. O protesto, então, seguiu em clima pacífico, mas o clima voltou a esquentar mais tarde, por volta de 13h50.

Naquele momento restavam poucos manifestantes no local, mas um amigo da vítima se revoltou ao chegar na Ópera e ver que o estabeecimento funcionava normalmente, inclusive com fila de clientes na bilheteria, mesmo poucas horas após a tragédia. Ele começou a gritar e protestar contra a administração do Parque das Pedreiras, falando que mataram o amigo dele. Em meio aos protestos, foi se exaltando mais e mais e em determinado momento começou a bater contra o vidro da bilheteria que fica no local. Outros dois manifestantes, então, começaram a chutar os vidros de uma loja que fica ali, quebrando a porta de entrada. Outros amigos da vítima ainda tentaram acalmar os ânimos dos mais exaltados, mas em vão.

Depois da situação, os manifestantes foram embora, a Ópera de Arame fechou para o público e viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Curitiba reforçaram a segurança no local.

Segundo o boletim de ocorrência, registrado na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigará o caso, o médico da ambulância apontou parada cardíaca como causa da morte. A Secretaria Municipal da Saúde, por sua vez, informou o jovem foi encaminhado à UPA do Boa Vista por uma empresa privada de ambulâncias, mas já chegou morto ao local: “Tentaram reanimar, sem sucesso. O corpo foi para o IML [Instituto Médico Legal]”.

Segundo o amigo de Phelipe, Dougas Letnar Filho, ouvido pela reportagem do Bem Paraná, eles estavam em quatro amigos e chegaram na festa por volta das 18 horas. “Por volta das 22h30 saímos do evento, porque os seguranças já tinham feito aquele cordão de segurança para esvaziar o local. Achamos que Phelipe já tinha saído e ficamos esperando durante um tempo. Ele estava alcoolizado, a festa era open bar, mas estava bem quando o vimos pela última vez”, afirmou ele.

Uma outra testemunha avistou a vítima na saída do local, mas quando olhou para trás ele havia sumido. “Ficamos sabendo do que tinha acontecido por volta das 2 horas da madrugada, quando ele já estava morto”, contou Letnar.

A família alega que viu manchas roxas nos braços de Phelipe e já requeriu acesso às imagens de câmeras de segurança do local. A administração do Parque da Pedreiras, por sua vez, disse ao Bem Paraná que irá cooperar com a investigação policial e que fornecerá as imagens do local para a polícia e a família. Eles alegam que não foi possível fazer isso ainda porque o técnico que teria a senha para acessar as imagens estaria viajando, mas já foi chamado para retornar, de forma a permitir se tentar descobrir o que teria acontecido dentro da Pedreira com Phelipe e como ele teria ido parar no lago da Ópera de Arame, que fica ao lado.

A causa da morte deverá ser determinada pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML).

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