Franklin de Freitas

O Tribunal do Júri de Curitiba deve começar a julgar nesta quarta (12) Carlos Eduardo dos Santos, acusado de matar a menina Rachel Genofre, 9 anos, em 2008. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por atentado violento ao pudor e homicídio qualificado (causado por asfixia e para assegurar a ocultação de outro crime). O corpo da criança foi encontrado em uma mala, debaixo de uma escada, na rodoferroviária da capital.

Segundo a denúncia, oferecida pela 1ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Curitiba, após a conclusão das investigações pela Polícia Civil, no dia 3 de novembro de 2008, o réu abordou a vítima, então com nove anos de idade, quando ela saía da escola, no centro da capital. Passando-se por produtor de programa infantil de televisão, o investigado convenceu a menina a acompanhá-lo até o endereço em que estava hospedado, praticando no local ato de atentado violento ao pudor e provocando em seguida a morte da criança, por asfixia. Apesar de o crime ter sido cometido em novembro de 2008, Santos só foi identificado em setembro de 2019 por exame de DNA. Ele já cumpria pena de 25 an os na penitenciária de Sorocaba, em São Paulo, por outros crimes. Após a identificação pelo DNA, o acusado confessou o crime. 

A sessão de julgamento deverá ocorrer no Plenário do Tribunal do Júri de Curitiba. Por conta da pandemia de coronavírus terá restrições de acesso ao local. O processo tramita sob sigilo.

O CASO

Rachel Genofre foi encontrada morta dentro de uma mala, abandonada na Rodoviária de Curitiba, no dia 5 de novembro de 2008, dois dias depois dela desaparecer. O principal responsável pela elucidação do assassinato de Raquel Genofre, que estava há 11 anos sem solução, foi o esforço conjunto do governo federal e dos governos estaduais do Paraná e de São Paulo na coleta de perfis genéticos de criminosos. Peritos fizeram um mutirão de coleta de DNA de presos em São Paulo, dentro do Projeto de Identificação de Condenados pelo Perfil Genético desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os dados apontaram para um match genético com o material coletado sobre o corpo de Rachel Genofre.