Após o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu ser contratado para trabalhar como gerente administrativo do Hotel Saint Peter, em Brasília, mais um condenado no processo do mensalão conseguiu emprego na capital federal. Condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro, o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas depende de uma autorização do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para trabalhar na Mísula Engenharia como assistente administrativo.

O salário de Lamas, contudo, será bem mais modesto que o do petista. Dirceu, condenado a sete anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto na Ação Penal 470, deve receber salário de R$ 20 mil (também depende de autorização). O ex-tesoureiro, por sua vez, deverá ganhar R$ 1.250,00 por mês, mais vale-transporte e vale-refeição no valor de R$ 11 por dia. As informações constam no contrato de trabalho enviado ao Supremo.

Se confirmado o emprego, Lamas irá trabalhar das 8h às 18h, auxiliando nas atividades administrativas e financeiras da empresa, como controlar as contas a pagar, emitir notas fiscais e elaborar relatórios financeiros. 

Na carta de trabalho, a empresa informa ao Tribunal que Lamas foi aceito para trabalhar devido à grande experiência na área financeira. Foi fundamental para a nossa escolha a sua grande experiência nessa área, destacando-se sua pró-atividade, boa comunicação, saber lidar com números, saber trabalhar sob pressão, capacidade de organização, dinamismo e metodologia”, diz a empresa. 

Por ter sido condenado a cumprir pena abaixo de oito anos, Lamas tem direito a trabalhar. De acordo com a Lei de Execução Penal, condenados em regime semiaberto podem trabalhar dentro do presídio, em oficinas de marcenaria e serigrafia, por exemplo, ou externamente, em uma empresa que contrate detentos.

Ontem (27), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF parecer contra o pedido do ex-tesoureiro para trabalhar fora da Papuda. Janot disse que as propostas de emprego anteriores não detalharam as funções que o condenado poderia exercer.