
O movimento Maio Amarelo, cujo intuito é chamar a atenção para o tema segurança viária e mobilizar toda a sociedade, já começou. Tratando os acidentes como uma verdadeira epidemia, a campanha tenta conscientizar os cidadão sobre a necessidade de se adotar um comportamento mais seguro e responsável no trânsito. Mas não são apenas os acidentes graves, com mortes, que são um problema.
“Dona Morte” alerta motoristas sobre riscos de beber e dirigir
De acordo com pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia Allianz (AZT) e a Continental AG, cerca de 40% dos acidentes veiculares que resultam em perdas ou danos materiais ocorrem ao manobrar ou estacionar o carro. Nesses casos, oito de cada dez ocorrências acontecem quando o motorista sai de uma vaga e os outros 16%, quando está entrando.
Baliza é o principal motivo para reprovação no exame do Detran
O estudo, que analisou 3.500 casos, chegou à conclusão de que nos últimos 10 anos esse tipo de ocorrência aumentou mais de 30%, correspondendo hoje a 44% dos incidentes com perdas ou danos materiais e 39% das colisões físicas de danos plenos. Seriam dois os principais fatores para o aumento no número de ocorrências — a mudança nos formato dos veículos e o crescimento contínuo da urbanização.
Para se ter noção, em março de 2007 a frota do Paraná contava com 3,75 milhões de veículos, dos quais 980 mil em Curitiba. Em março deste ano, já eram 6,9 milhões no Estado e 1,4 milhão na Capital, um crescimento de 84% e 43%, respectivamente.
Nas últimas décadas, os carros ficaram mais largos e compridos, enquanto o tamanho das vagas permaneceu o mesmo. Além disso, a visibilidade dos condutores foi consideravelmente reduzida, particularmente nas janelas traseiras e laterais, como consequência das mudanças na estrutura e no design. As análises mostraram que as caminhonetes e as vans ocasionam 30% mais acidentes do que veículos pequenos ou compactos, diz a Allianz em nota.
Mas deve ser a tecnologia e os avanços da indústria automobilística a trazer um alento no futuro. Os primeiros sistemas inteligentes de auxílio ao condutor, como os assistentes de estacionamento e os sistemas de freios autônomos de emergência para manobrar, ajudarão a reduzir significativamente este risco no futuro, diz Wolfgang Fey, chefe da área de Surround View do departamento de Sistemas de Assistência ao Condutor da Continental.
Baliza: o principal motivo para reprovação
Se nas ruas a dificuldade dos motoristas habilitados é grande na hora de estacionar ou manobrar, é natural que nos testes de habilitação aplicados pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) a situação fique ainda mais evidente. Em 2014, último ano com dados disponíveis, 53,86% das pessoas que tentaram tirar a carteira na categoria B (automóvel, caminhonete, camioneta, utilitário) acabaram tendo de voltar para a autoescola. A maior dificuldade dos candidatos foi justamente a baliza.
Em entrevista ao Bem Paraná, publicada em 4 de maio de 2015, o coordenador do 1º Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito), afirmou que metade das reprovações ocorrem porque o candidato não conseguiu estacionar o veículo no tempo limite, de cinco minutos, ou então porque ele bateu no protótipo enquanto tentava posicionar o carro corretamente.
Ainda segundo a pesquisa da Allianz e da Continental AG, hoje os sistemas de alerta de estacionamento têm uso limitado, já que não cobrem as laterais do veículo e fazem com que muitos condutores confiem demais nesses dispositivos. A tendência, contudo, é que com a evolução desses equipamentos acidentes ao estacionar ou realizar manobras se tornem menos frequentes.