Divulgação/Paraná Clube/Rui Santos

O técnico Márcio Coelho revelou nesta sexta-feira (29 de janeiro), em entrevista coletiva pós-jogo contra o Cruzeiro, que pode ficar no Paraná Clube para a próxima temporada, que se inicia em menos de um mês, com a disputa do Campeonato Paranaense. Segundo o treinador, a diretoria paranista já demonstrou interesse em dar sequência ao trabalho, mesmo com o profissional não tendo conseguido evitar o rebaixamento do clube para a Série C – até aqui, são quatro derrotas, um empate e apenas uma vitória à frente do clube.

Conversamos [diretoria e técnico], foi uma conversa preliminar, e eles externaram a vontade [de dar continuidade ao trabalho], pelas conversas. O presidente acabou viajando conosco para Barueri, acompanhou de perto os treinamentos e ficou contente com o que viu. Eles externaram a vontade de continuar, vontade, não de bater o martelo. Eu falei que gostaria muito de ficar, mas o que vai pesar muito na minha decisão vai ser quais as condições que o Paraná vai viabilizar para eu ter um mínimo de condições de trabalho”, afirmou o treinador paranista.

Questionado sobre quais fatores mais o atrapalharam no curto período que teve para trabalhar com a equipe, o treinador citou o conturbado cenário político do clube, a falta de experiência de muitos atletas e os problemas financeiros, com atraso no pagamento de salários.

“Não é só um fator. Seria um pouco de arrogância da minha parte eu fazer um diagnóstico, mas é claro que a questão conturbada da gestão, tudo ocorrendo no cenário externo (diretoria, presidência), é um fator que dificilmente não acaba atrapalhando dentro de campo. Por mais que você tenha uma capacidade mental grande, é difícil, chega um momento que aquilo interfere, porque todo mundo precisa de estabilidade e segurança para executar o seu trabalho, em qualquer área. Outro ponto foi a quantidade de atletas com pouca experiência no nível de competição que o Paraná estava enfrentando. Não falo em qualificação, até pode ser qualificação, mas precisaria de alguns outros atletas em todas as áreas do campo. E a crise financeira também. Isso tudo, junto, cria um fator muito difícil de combater no dia a dia.”

Por fim, o treinador ainda pediu desculpas aos torcedores paranistas por conta do rebaixamento e desejou que o clube se recupere, com ou sem ele, e que tenha uma temporada de recuperação e restauração.

Minha vontade, sim [é ficar]. Eu sei da estrutura que tem o Paraná, da força da equipe, tradição. Nas conversas [com a diretoria] pontuei algumas questões fundamentais para que haja êxito nessa reconstrução e vamos conversar. Eles ficaram de me dar um retorno durante a semana, deve chegar um novo executivo de futebol que também vem com alguns nomes. Mas fica meu desejo de que o Paraná se recupere e que seja um ano de recuperação e restauração do Paraná Clube”.